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terça-feira, 30 de outubro de 2012

‘É o fim da economia como a conhecemos’, diz Paul Gilding

Para ambientalista, países emergentes podem criar um modelo de desenvolvimento sem sacrificar o planeta
 
Por Simone Barreto / Jornal O Globo
 
 
Paul Gilding, autor do livro “A Grande Ruptura" (Agência O Globo / Divulgação)

 
LONDRES - Paul Gilding, o autor do livro “A Grande Ruptura”, provoca discussões em todo o mundo quando afirma que chegamos ao fim da trilha do crescimento econômico. No entanto, ele não se vê como um profeta do apocalipse. Muito pelo contrário, o ambientalista é um otimista que acredita no poder de reação da Humanidade: “Podemos ser lentos, mas não somos estúpidos”.

Gilding é um veterano ambientalista, que foi chefe do Greenpeace Internacional, e hoje é consultor de sustentabilidade e professor associado ao Programa de Sustentabilidade da Universidade de Cambridge, no Reino Unido. Aos 52 anos, Gilding vive numa fazenda, na Tasmânia, ilha ao sul da Austrália, com a mulher e dois de seus cinco filhos. Durante suas férias no verão australiano, Gilding falou ao GLOBO sobre o fim da economia como a conhecemos hoje.

O GLOBO: O senhor diz em seu livro que a busca por lucro e crescimento econômico chegou ao limite. A que se refere a grande ruptura do título?

PAUL GILDING: A grande ruptura é o fim da economia como a conhecemos, do consumismo desenfreado, de um estilo de vida e de um crescimento econômico que não medem o impacto nos recursos finitos do planeta.

O que podemos fazer individualmente para ajudar a retardar esse processo?

GILDING: O mais importante a fazer é aprender como podemos melhorar a qualidade de nossas vidas. No mundo moderno, estamos focados em fazer mais dinheiro, consumir mais bens materiais, ter casas maiores e por aí afora. Significa que temos mais custos, que temos de trabalhar mais para pagar um custo cada vez maior e definitivamente não é assim que melhoramos nossa qualidade de vida... Precisamos aprender a viver com menos, para termos mais tempo de fazer o que nos deixa realmente felizes. Coisas simples como viver em comunidade, ficar com a família e os amigos.

O mundo está passando por uma mudança bastante importante: enquanto os países ricos estão afundados numa enorme crise financeira, os emergentes estão indo às compras. Mas precisam zerar uma dívida social enorme, o que significa mais gente consumindo, mais gente comendo, mais gente gastando dinheiro. Como fechar essa conta?

GILDING: Eu acho que temos diferentes abordagens para diferentes países. Os ricos terão de fazer uma dramática redução nos gastos e no consumo. Primeiro, porque está muito claro que nosso planeta não sustenta esse ritmo de crescimento econômico; e segundo, porque também está claro que dessa forma não vamos melhorar a qualidade de vida dos cidadãos desses países. Mas é diferente quando falamos de pessoas vivendo em países em desenvolvimento. É como se o mundo tivesse de abrir espaço para o crescimento. E, na verdade, os países em desenvolvimento estão presos numa armadilha dos ricos, que resolvem tudo com o crescimento econômico. A verdade é que movimentos como Ocupem Wall Street nos mostram que o crescimento econômico não entrega sempre uma integridade social; ao contrário, pode criar mais conflitos e divisões na sociedade. Nós temos de criar um novo modelo de progresso, que permita o desenvolvimento sem sacrificar os processos e o planeta. E países como o Brasil, por exemplo, têm neste momento uma grande oportunidade de fazer diferente, de tentar novos meios de governar uma sociedade em equilíbrio com o mercado.

Para especialista, década terá crise grave

De quantos planetas Terra precisaríamos para sustentar a taxa de crescimento atual?

PAUL GILDING: Precisaríamos de dois planetas Terra em 2030 para sustentar o crescimento de hoje. Três ou quatro em 2050. É impossível manter este ritmo porque temos uma só. Estamos destruindo a infraestrutura sobre a qual a economia foi construída. Quanto mais danificamos a terra, os oceanos, menos o planeta poderá suportar.

O senhor já disse que acredita numa mobilização da sociedade para as mudanças que estão por vir. Estamos acelerando o passo dessa mobilização?

GILDING: Em geral, não estamos realmente mobilizados. Ainda. Mas vejo que, desde que comecei a palestrar sobre a grande ruptura de que falo no livro, há uma aceitação maior ao fato de que precisamos discutir uma nova abordagem. Tanto que hoje muitos experts adotaram a ideia e falam sobre o equilíbrio que deve haver entre o crescimento econômico e o balanço social.

O senhor é um otimista?

GILDING: Sim! Eu sou um otimista incomum. Acho que o mundo vai ficar muito instável, que vai sofrer uma crise complexa, com muitos conflitos e um grande rompimento econômico. Mas nossa sociedade reage bem às crises. Então, apesar de muitas pessoas me acharem um pessimista quando digo que essa crise é inevitável, eu discordo. Sou otimista sobre o potencial de resposta da Humanidade a momentos como este, e a sua capacidade de fazer mudanças, e muito rápidas. Basta olhar o exemplo da Segunda Guerra Mundial e de como os ingleses reagiram numa situação limite. Nós somos realmente bons, extraordinários numa crise, temos grande capacidade de transformação e mobilização. Essa reação é universal.

Quando o senhor espera que deva acontecer essa grande parada da economia?

GILDING: Nesta década. Não estamos mais falando de longo prazo, para os filhos de nossos filhos. Vai acontecer logo, pois, quando algo é insustentável, eventualmente para. Também acredito que durará bastante, porque teremos exaustão de recursos e vejo o fornecimento de comida como uma das questões de maior importância.

Segundo as projeções atuais, vamos chegar a 2050 com nove bilhões de pessoas no planeta que precisarão de comida.


GILDING: Não é com a quantidade de pessoas vivendo, mas com o estilo de vida delas que temos que nos preocupar. É possível termos nove bilhões de pessoas e alimentá-las. Na Índia, as emissões de carbono estão em duas toneladas per capita, enquanto nos Estados Unidos vemos 26 toneladas per capita. Só não será possível se vivermos como hoje nos países ricos, sem pensarmos no desperdício e em como conduzimos nosso consumo.

O que o senhor ensina para seus filhos sobre o futuro do planeta?

GILDING: Você não quer que as crianças fiquem preocupadas com o futuro. Mas eu procuro ensinar as coisas em que acredito. Eu tenho cinco filhos, quero que eles sejam felizes. Eu tento ensinar como viver bem sem precisar de muito. Quero que eles saibam como é possível ter uma boa vida num mundo de nove bilhões de pessoas.


Clique AQUI para assistir uma excelente entrevista concedida ao jornalista Jorge Pontual no último programa 'Milênio', da Globo News.
 
 

quinta-feira, 25 de outubro de 2012

O VALOR DA BIODIVERSIDADE

Grãos cuspidos por mamífero em fazenda no ES renderão café de R$ 900 o quilo

Divulgação/CulturaMix
Cuíca, o "bicho de bom gosto"

LUIZA FECAROTTA
ENVIADA ESPECIAL A PEDRA AZUL (ES) - FOLHA DE S. PAULO

À primeira vista, não dava para entender por que diabos aqueles grãos de café, meio gosmentos, surgiam amontoados sob as árvores - religiosamente, da noite para o dia.

Ao amanhecer, era sempre igual: os roceiros se enfiavam no meio do cafezal para fazer a colheita manual e davam de cara com uns grãos, já sem casca, sobre as folhas secas no chão. Algum animal ali da mata andava a chupar esses frutinhos adocicados.

Depois de muito fuçar, Rogério Lemke, o administrador da fazenda Camocim, na qual se espalham 120 mil pés de café em Pedra Azul, a 100 quilômetros de Vitória, no Espírito Santo, matou a charada.

Eram cuícas, pequenos mamíferos silvestres, que guardam certa semelhança com um rato. Os bichos se penduram nos galhos mais baixos das árvores, à noite, para se alimentar da casca, da polpa e do mel do café. Escolhiam sempre os melhores frutos, como em uma "colheita seletiva".

Depois, as cuícas dispensavam os grãos, ainda com algum resquício do mel sobre o pergaminho (película entre a semente e a polpa). Para evitar prejuízo, com o desperdício de grãos, o carioca Henrique Sloper, dono da fazenda, resolveu recolher essas sementes "cuspidas".

A partir daí, como revela a Folha, Sloper decidiu fazer testes de secagem e torra para descobrir, na xícara, o que eles poderiam render.

Depois de um ano de avaliações, o café da cuíca deve ser lançado em novembro por pelo menos R$ 900, o quilo. Em média, um pacote de mesmo peso de um café especial custa R$ 60 - os grãos cuspidos pelo animal custarão, portanto, 14 vezes mais. Bicho sem carisma, a cuíca, quem diria, vale ouro.

Seu João Pagio Fiorezi, 61, fornece mudas de café há 25 anos para a fazenda Camocim, no Espírito Santo.


CAFÉ DE CUÍCA


Ilustrações/Sandro Castelli
Os pés de café ficam com os frutos maduros entre abril e setembro; começa a colheita


À noite, a cuíca escolhe as frutas mais maduras e chupa os grãos dos galhos mais baixos



Depois de chupar a fruta e engolir a casca, cospe as sementes em torno do pé de café



Esses grãos cuspidos são recolhidos manualmente todos os dias em meio à colheita habitual do cafezal


Os grãos são secos em terreiro suspenso de 5 a 12 dias, com umidade e temperatura controladas


Os grãos são estocados em tulhas com temperatura, umidade e luz controladas


A cada 15 dias, os grãos passam pelos testes de torra e prova 


 Depois de alcançar o ponto ideal de torra, são feitos testes de diferentes métodos de preparo da bebida


Definem-se o preço e a estratégia de lançamento no mercado


Seu João saltou do caminhão, adentrou o cafezal, aproximou-se de uma árvore em área mais reservada, ou seja, mais afastada de casas e estrada, e mais perto da mata. Agachou-se e abriu os galhos mais baixos para espiar.

"Esse é o café da cuíca", disse, pegando um punhado de grãos despolpados (sem casca nem polpa) nas mãos. Aquele café tinha cheiro forte, remetia à terra e ao universo animal - mas o odor não chegava a ser ruim. Os grãos estavam com uma gosma, ainda resquício do mel do café.


TÍMIDAS E CRITERIOSAS


Marcelo Justo/Folhapress
"Cuícas são incapazes de comer café verde ou estragado", diz especialista; colheita dos grãos cuspidos pelos animais é realizada manualmente por roceiros que se agacham junto aos pés de café e pegam grão por grão


E as cuícas? Não foram encontradas nem por decreto. Enfiam-se no meio da mata e ali ficam, escondidas.

São animais ariscos e noturnos, que gostam de comer somente os grãos adocicados, no ápice da maturidade.

"Elas têm um ótimo critério de seleção. São incapazes de comer café verde ou estragado", diz Evair de Melo, presidente da Incaper (Instituto Capixaba de Pesquisa, Assistência Técnica e Extensão Rural), que ajudou a desenvolver os cafés de jacu e cuíca na fazenda.

As cuícas surgem por ali aos montes porque a área é circundada de parques nacionais e mantém parte da mata nativa - à semelhança da cabruca, o sistema de plantio de cacau típico do sul da Bahia, que conserva a mata para sombrear os cacaueiros.

Na propriedade de produção orgânica, pipocam hortênsias arroxeadas, margaridas do mato amarelinhas, amarelinhas e pitangueiras carregadas de fruta.

A colheita desses grãos cuspidos pelas cuícas é trabalhosa, feita manualmente por roceiros que se agacham junto aos pés de café e pegam grão por grão acomodando-os em sacolas a tiracolo.

É fundamental que seja realizada regularmente para que os grãos não fermentem sobre o chão - é comum ficarem protegidas pelas folhas das árvores da mata ali conservada, que servem de adubo natural ao cafezal.

Os grãos colhidos são transportados para secar em um terreiro suspenso, protegido por estufa, com umidade e temperatura controladas. Depois, são separados de gravetos e afins manualmente e estocados na tulha para que descansem antes da torra.

Para chegar à xícara, passa por testes de perfis diferentes de torra, provas profissionais - quando o grão é moído grosso, entra em contato com a água quente e é sugado de forma a cair homogeneamente sobre a língua.


RAIO-X DA CUÍCA


Como é -> É um mamífero marsupial - como o canguru, as fêmeas são dotadas de uma bolsa chamada marsúpio, que contém as tetas e serve para carregar os filhotes

Onde vive É encontrado na região que vai do México à Argentina

Quanto mede -> Quando adulta, seu corpo pode alcançar cerca de 30 cm de comprimento

Que cor tem -> Seu dorso é cinza-escuro, e as partes inferiores, amarelo-clara e manchas da mesma cor acima dos olhos

O que come -> Animal onívoro que se alimenta de matéria vegetal e animal - metade da sua alimentação é de frutas.Tem entre 40 e 50 dentes


O JACU PIONEIRO


A cuíca não é, contudo, o primeiro animal a "participar" do processo de produção de cafés especiais no Brasil.

Quem emplacou de forma pioneira foi o jacu - ave robusta, com bico pronunciado e papo vermelho. Seu café foi vendido pela primeira vez em 2007, também pela fazenda Camocim. Atualmente, são produzidos 950 quilos por ano a R$ 450, o quilo.

Conhecido como "faisão brasileiro" e também semelhante a um urubu, esse animal era uma praga para a plantação de café.

"O jacu comia muito do meu café, dava o maior prejuízo", diz Henrique Sloper, dono da Camocim. "Muitos fazendeiros matavam o bicho, ficou quase extinto."

Inspirado no kopi luwac, o famoso café da Indonésia, cujos grãos são retirados das fezes da civeta (animal semelhante ao gambá) e que podem custar US$ 493, o quilo (cerca de R$ 1.000), o café de jacu surgiu para solucionar esse problema no cafezal.

"O que era uma praga virou fonte de um produto de alta qualidade", diz Sloper.

Tanto o jacu quanto a cuíca escolhem os frutos mais maduros e sem defeitos para se alimentar - por isso, geralmente, resultam em bebidas de doçura acentuada.


PREÇO


O fazendeiro vê nesses cafés exóticos uma grande fonte de lucro. Ao consumidor, resta a pergunta: vale mesmo pagar um valor tão alto?

Especialistas apontam pequenos problemas na primeira amostra, que podem ter sido gerados pela torra excessiva.

Sloper, por sua vez, diz que ainda fará ajustes nessa etapa para que possa extrair o melhor desses grãos, torná-los mais delicados e adequados para o preparo no coador, método que deixa suas características à mostra com mais clareza.

Espetacular na xícara ou apenas razoável, o café com a contribuição da cuíca conta uma boa história. Não tenha dúvida: isso também tem um custo.


QUANTO CUSTA O QUILO?


CUÍCA - R$ 900
Os grãos cuspidos pelo roedor são recolhidos manualmente do chão e secos em terreiro suspenso

JACU - R$ 450
Os frutos maduros comidos pela ave são liberados nas fezes, que não têm cheiro, e limpos manualmente

CAFÉ ESPECIAL - R$ 60
São cafés de qualidade superior à média, feitos só de grãos arábicas, com doçura e acidez equilibradas


SURGEM RESSALVAS À 1ª LEVA, PRODUTOR VAI MUDAR A TORRA


Marcelo Justo/Folhapress
Isabela Raposeiras não gostou da baixa acidez da 1ª amostra


Marcelo Justo/Folhapress
Marco Suplicy identificou uma nota vegetal, de mato


Marcelo Justo/Folhapress
Cecília Sanada acha que a "bebida não é acima da média"


Com a primeira amostra do café da cuíca, que não circulou comercialmente, a Folha convidou três experts para provar a bebida às cegas. Isabela Raposeiras, do Coffee Lab, Marco Suplicy, do Suplicy, e Cecília Sanada, do Octávio Café, aceitaram o desafio.

Fizeram provas informais com uma pequena quantidade de grãos. Ficaram de lado os protocolos rígidos de degustações profissionais - a ideia era somente colher primeiras impressões de especialistas.

Do balanço geral dessa primeira leva, surgiram três pontos de tangência: baixa acidez, doçura acentuada e torra um pouco exagerada.

Foram as mesmas conclusões a que o norte-americano Andrew Barnett e o holandês Willem Boot (ambos provadores profissionais) tinham chegado na última semana em prova acompanhada pela Folha na fazenda capixaba.


EXCESSO DE TORRA


Para Isabela Raposeiras o excesso de torra inibiu o potencial do café. "Esse café cru deve ser de qualidade, tem doçura elevada e é limpo. Mas a acidez é muito baixa [especialistas se referem à acidez como sinônimo de qualidade]."

Marco Suplicy achou a bebida "agradável", com "bom corpo" e "nota de mato". "Mas sinto uma aspereza, não é uma bebida nem mole, nem estritamente mole [as melhores categorias da bebida]."

Já Cecília Sanada diz que o café perde em aroma. "Não é acima da média." Por outro lado, chama a atenção para a doçura acentuada e para um "amargor que não chega a atrapalhar a bebida".

Segundo o fazendeiro Henrique Sloper, o lote que vai chegar ao mercado em novembro passará por ajustes de torra a fim de fique "mais delicado".


ABELHAS SILVESTRES

 
 
Publicação do Ibama aponta efeitos dos agrotóxicos sobre as abelhas silvestres no Brasil
 
Brasília – Os estudos que o Ibama vem realizando sobre o impacto dos agrotóxicos em polinizadores visando a reavaliação de alguns produtos que se encontram registrados no mercado brasileiro, resultaram em uma primeira publicação que reúne informações relevantes sobre o tema.

A publicação consiste em um levantamento bibliográfico que destaca a importância do serviço ambiental de polinização, os principais agentes polinizadores nas diversas regiões do país e os efeitos dos agrotóxicos na sobrevivência e manutenção de colonias de abelhas silvestres, abordando os efeitos letais e subletais de produtos agrotóxicos sobre as abelhas silvestres do Brasil.

O trabalho foi desenvolvido pela pesquisadora da Universidade Federal da Bahia, Maria Cecília de Lima e Sá de Alencar Rocha, com acompanhamento e supervisão da equipe técnica da Coordenação de Controle Ambiental de Substâncias e Produtos Perigosos (CCONP) da diretoria de Qualidade Ambiental do Ibama, com apoio do Programa das Nações Unidas Para o Desenvolvimento - PNUD.

Entre outros aspectos, a pesquisa identifica a perda da diversidade de polinizadores devido aos principais agentes estressores aos ecossistemas presentes no mundo atual, os principais efeitos subletais em abelhas relacionados à exposição aos agrotóxicos, tais como: desvios comportamentais que podem comprometer a divisão de trabalho; desorientação das abelhas, dificultando a localização do alimento e o retorno à colônia; interferência no aprendizado olfatório e percepção gustativa etc. Além desses efeitos, há ainda aqueles relacionados à reprodução e manutenção das atividades dentro da colônia, quais sejam: efeitos reprodutivos nas rainhas e efeitos subletais em larvas o que pode comprometer a sobrevivência das abelhas a longo prazo.

Ao final o trabalho é proposta uma metodologia para o acompanhamento dos efeitos tóxicos de ingredientes ativos associados a efeitos adversos sobre abelhas, por meio de um estudo de caso em que são sugeridas espécies e culturas a serem pesquisadas.

O papel fundamental dos polinizadores nas culturas agrícolas e na biodiversidade da flora em geral tem direcionado as pesquisas para esse campo do conhecimento. O recente fenômeno de Colapso das Colmeias no hemisfério norte e as consequentes perdas do serviço de polinização, tornam ainda mais importante e necessária esta área da pesquisa, que atualmente encontra-se em franco desenvolvimento. este sentido, o Brasil, pela sua diversidade biológica, ocupa um papel chave no que se refere à pesquisa entorno da importância e sobrevivência de polinizadores silvestres, uma vez que a maioria das pesquisas internacionais são realizadas com a espécie europeia Apis mellifera.

Apesar de, no Brasil, existir o híbrido africanizado, mais estudado quando em comparação às nossas espécies nativas, o conhecimento mais aprofundado sobre as relações ecológicas, fisiologia e ecotoxicologia de abelhas nativas ainda é incipiente, por isso, destaca-se a importância do estudo agora publicado.


Ascom Ibama
Colaboração Tiara Macedo
Foto: Marcelo Casimiro

quarta-feira, 24 de outubro de 2012

VIVA ZIRALDO



80 anos em 10 personagens: relembre as criações de Ziraldo

Especial do G1 revela curiosidades sobre algumas obras do autor. Desenhista celebra oito décadas nesta quarta-feira (24).

Lívia Machado
Do G1, em São Paulo

Em entrevista ao G1, Ziraldo confessa não saber quantos desenhos já fez. Como segue produzindo, diz que deixará tudo guardado em seu estúdio. “O dia que eu morrer, se alguém se interessar, conta tudo que tenho", brinca. Somadas as publicações da editora Globo e Melhoramentos, ele tem quase uma centena de livros. Arrisca afirmar que fez mais de 600 ilustrações para camisetas, e uma infinidade de cartazes.

Para celebrar os 80 anos do desenhista, a editora Globo reuniu os desenhos dos “Zeróis”, caricaturas dos super-heróis norte-americanos que o autor fez em 1967, publicados na revista “Fatos e Fotos", e lança pela primeira vez os quadrinhos em versão livro. O G1 preparou um especial com os 10 personagens clássicos de Ziraldo, e os mais citados no “Almanaque Ziraldo”, escrito por Luis Saguar e Rose Araujo.





















 
E claro, a nossa Lontra!
 

 

E VIVA O ZIRALDO!