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sábado, 24 de dezembro de 2011

TESOURINHAS

Na fachada da escola em Angelina, flores, uma ou outra árvore, algumas exóticas...


E no galho de um pinheiro, algo chama a atenção.


Um ninho. E algum movimento.


Do lado do pinheiro, um pau-brasil. E no ninho, filhotes.


Três lindos filhotes.


Pintadinhos, camuflados e frágeis. Sobreviveram a uma forte tempestade de granizos e também de um bando de moleques que tentaram derrubar o ninho e foram salvos pela professora que viu o absurdo.


Mas contam com a vigilância e proteção integral dos pais.


A tesourinha fica de olho em possíveis predadores.


Faz barulho e simula ataque a qualquer um que se aproxime do ninho.


Como notas musicais em partituras, entoam seu canto e fazem sua parte. Tomara a humanidade não atrapalhe o curso da vida.


NOTA DO BLOG: Hoje, dia 26 de dezembro de 2011 os três filhotes bateram asas e saíram do ninho. Boa sorte e voltem sempre!


Tesourinha:
Também conhecida como tesoura, tesoureira e tesourinha-do-campo. A tesourinha é um ave passeriforme da família Tyrannidae. Migrante inconfundível, onde passa em grupos de até centenas de indivíduos, em concentrações típicas nos meses de setembro e outubro. Dormem em uma mesma árvore ou árvores próximas quando estão migrando, seja em áreas naturais, seja em áreas urbanas.

Características:
 Apesar de não ser colorida, a leveza e graça do vôo, bem como a distribuição de cores são muito chamativas. O capuz é negro e apresenta no meio do píleo uma coloração amarela, na maioria das vezes escondido, distingui-se contra a gargantas e partes inferiores brancas. Dorso cinza uniforme, com destaque para a longa cauda. Mais comprida nos machos, diferença visível quando as aves estão próximas, é maior do que o próprio corpo. O formato de origina os nomes comuns. Há um discreto dimorfismo sexual (termo usado para designar diferenças na aparência de machos e fêmeas), sendo que os machos possuem um prolongamento grande da cauda, especialmente das duas penas mais externas. Sua voz, com as cerimônias: “tzig” (chamada), seqüência apressada “tzig-tzig-zizizi…ag, ag, ag, ag” (canto) que emite pousado ou em vôo, deixando-se cair em espiral, com a cauda largamente aberta e a posição das asas lembrando um para-quedas.

Alimentação:
 Hábitos como o do suiriri, com grande consumo de frutos no período de migração. Dispersa os frutos da erva-de-passarinho no cerrado, com sua característica semente onde um pé adesivo ressalta-se. A polpa envolvente é uma das fontes principais de abastecimento na migração para o norte, mas como não ingere a semente, limpa o bico nos galhos, deixando presa a semente da próxima erva-de-passarinho. Frutos podem ser vistos em fios e arames, resultado dessa limpeza do bico.Em vôo, consegue uma enorme destreza, alterando direção com facilidade, em perseguições mútuas ou à presa (insetos).

Reprodução: 
Os filhotes nascem no final do ano e em fevereiro/março voam para o norte, no segundo grande movimento de migração da espécie. Todas dirigem-se para a parte norte do continente, onde irão passar o outono/inverno austrais. O casal constrói um ninho ralo de gravetos porcamente amontoados. É comum os filhotes e ovos serem derrubados pelo vento. Os pais se revezam na criação dos filhotes.

Hábitos: 
Apesar de migrarem em grupos, em setembro os machos já estão exibindo seu característico vôo territorial, pairando em espirais com asas e cauda abertos, ao mesmo tempo em que emite o canto longo e rápido, terminado com três ou quatro notas mais espaçadas. Localmente, procuram as áreas abertas, como os cerrados (daí a razão do savana em seu nome científico), pastagens e áreas de cultura, onde ficam pousadas em mourões de cerca, postes, fios e árvores isoladas. Também podem procurar as matas, ou até mesmo cidades.

Distribuição Geográfica:
Talvez poucas aves conheçam melhor a América do Sul do que a tesourinha. Existem tesourinhas que vivem no sul (Argentina, Paraguai e extremo sul do Brasil), em várias outras partes do Brasil, no Caribe e no sul do México. Depois do verão, as tesourinhas migram aos milhares para a região da Amazônia, onde permanecem até o inverno acabar. No início da primavera, cada uma volta para a sua região de origem, onde vão reproduzir, criar os filhotes e começar tudo novamente no ano seguinte. Assim, as tesourinhas são muito abundantes nas regiões onde vivem, mas apenas em algumas épocas do ano. Em outras, desaparecem completamente.


Fotos: Fernando José Pimentel Teixeira / arquivo pessoal RPPN Rio das Lontras
Fonte: Wikiaves


domingo, 30 de outubro de 2011

TROFÉU DESTAQUE RPPN

Uma quarta-feira chuvosa em Porto Alegre, dia 26 de outubro de 2011, no Auditório Dante Barone da Assembléia Legislativa. Houve algum atraso na programação do IV Congresso Brasileiro de RPPN e por volta das 21 horas o nosso amigo, o advogado ambientalista Flávio Ojidos, subiu ao palco nos representando. Lá ele recebeu das mãos da Dra. Sônia Wiedmann - conhecida como a "Mãe das RPPNs" - o Troféu Destaque RPPN concedido à RPPN Rio das Lontras.


O Troféu Destaque RPPN 


 Foi uma bela homenagem por termos idealizado O Dia Nacional das RPPN. E uma grande honra conquistarmos esse prêmio entre as mais de 1000 Reservas Particulares espalhadas por todo o Brasil e que ajudam a proteger a biodiversidadade em todos os nossos biomas. É um imenso incentivo para continuarmos na luta pela causa ambiental, por um planeta mais justo e equilibrado.


Detalhe do Troféu Destaque RPPN

"O diferencial desse Prêmio é o fato de nos ser agraciado pelo próprio movimento "RPPNista", por proprietários de RPPNs como nós, pela Confederação Nacional de RPPN".

Mesa com palestrantes e Comissão Organizadora do IV Congresso Brasileiro de RPPN


É o terceiro prêmio que a RPPN Rio das Lontras recebe nos últimos 16 meses. Em junho de 2010 conquistou o Prêmio Preservação Ambiental da ADVB. Em fevereiro de 2011 recebeu a maior premiação ambiental do sul do país, o Prêmio Expressão de Ecologia e o Troféu Onda Verde.


Os ganhadores do Troféu Destaque RPPN. Flávio Ojidos está ao centro, de camisa branca


* Fotos e agradecimentos especiais: Enderson Marinho e Flávio Ojidos.


TODOS OS PREMIADOS

CATEGORIAS
AGRACIADAS(OS)
JUSTIFICATIVAS


Pessoas que se destacam por ações em prol das RPPNs

Sônia Wiedmann

Responsáveis pelo primeiro marco legal sobre RPPN em 1999

Clayton Lino
Contribuições relevantes ao movimento RPPNista nacional








RPPN de pessoa física com relevantes trabalhos



RPPN Rio das Lontras – Fernando José Pimentel Teixeira e Christiane de Souza Pimentel Teixeira


Idealizadora do Dia Nacional das RPPN





RPPN Rio da Prata – Eduardo Coelho e família

Pioneira no movimento RPPNista do Mato Grosso do Sul, desenvolveu modelo e referência de ecoturismo no país



RPPN Morro Sapucaia – Ana Juliano e família

Dedicação permanente a causa das RPPN e realização do IV Congresso de RPPN

RPPN de pessoa jurídica com relevantes trabalhos



RPPN Eliezer Batista – EBX


Envolvimento no movimento organizado de RPPN no MS


RPPN de ONG com relevantes trabalhos



RPPN Serra das Almas – Associação Caatinga

Modelo de gestão integrada de conservação com as comunidades do entorno. Apoio ao programa de incentivo às RPPN

Representante de Órgão Público com trabalho relevante junto às RPPNs


José Luciano de Souza
Dedicação permanente ao movimento RPPNista. Contribuiu para a criação do SIM RPPN e do portal das RPPN 



ONGs que se destacam por ações em prol das RPPNs






The Nature Conservancy




Apoio pioneiro na criação de RPPN no país; Fortalecimento do movimento organizado de RPPN e programas de incentivo a RPPN

Associação de Proprietários de RPPN de destaque




Associação Patrimônio Natural – APN


Primeira Associação de RPPN criada no país, representando o início do movimento organizado de RPPN




quarta-feira, 12 de outubro de 2011

RPPN NO CALENDÁRIO

A nossa proposta toma rumo e está próxima de virar Lei Federal
A ideia nasceu aqui em casa, foi lançada aqui no Blog e está próxima de ser aprovada na Câmara dos Deputados


Apresentamos a proposta no dia 21 de setembro de 2007, bem no Dia da Árvore, quando a Chris olhando comigo o calendário ambiental aqui no Blog deu a ideia: -"Vamos criar o Dia das RPPNs"?


Projeto institui o Dia das Reservas Particulares do Patrimônio Natural

Número de RPPNs supera a soma de todas as unidades de conservação (UC) criadas no Brasil nas esferas federais, estaduais e municipais.

Por Thaís Alves - ICMBio

O Projeto de Lei n° 2036/11, que institui o dia 31 de janeiro como o Dia das Reservas Particulares do Patrimônio Natural (RPPNs), foi discutido na manhã desta quarta-feira, dia 5 de outubro, durante audiência pública no Plenário 2 da Câmara dos Deputados. O encontro foi solicitado pelo presidente da Comissão de Meio Ambiente e Desenvolvimento Sustentável, deputado Giovani Cherini (PDT-RS), autor do projeto.

Estiveram presentes o diretor de Criação e Manejo de Unidades de Conservação do Instituto Chico Mendes de Conservação da Biodoversidade (ICMBio), Ricardo Soavinsky; o presidente da Confederação Nacional de Reservas Particulares do Patrimônio Natural (CNRPPN), Rodrigo Castro; a procuradora federal, Sonia Wiedmann; além de deputados federais e representantes de RPPNs.

Na ocasião, Ricardo Soavinsky mostrou dados sobre o número de RPPNs criadas pelo ICMBio nos últimos anos. Segundo ele, são em média 25 novas unidades de conservação (UC) criadas ao ano e destacou o bioma da Mata Atlântica e o estado de Minas Gerais com maior quantidade de UCs desta categoria. O diretor do Instituto também ressaltou a publicação do Roteiro para Criação de RPPN Federal e o SIMRPPN, como ferramentas que auxiliam na busca de informações e incentivo de novas propostas de novas unidades.

O deputado Giovani Cherini ressaltou que a manutenção dessas reservas demonstra a importância decisiva da participação da iniciativa privada no esforço nacional da conservação ambiental. Ele explicou que a data escolhida, dia 31 de janeiro, é uma referência a data de criação da primeira legislação destinada a RPPN, de 1990. “Celebrar o dia nacional das RPPNs não será apenas um reconhecimento do papel que elas desempenham, mas uma busca de novas formas de divulgação e incentivo para que outros proprietários conheçam e participem deste mecanismo de conservação já consolidado no Brasil”, disse Cherini.

Durante a audiência pública, Rodrigo Castro, presidente da CNRPPN, explicou que o número de RPPNs supera a soma de todas as unidades de conservação (UC) criadas no Brasil nas esferas federais, estaduais e municipais. “As Reservas Particulares do Patrimônio Natural podem ser consideradas as unidades de conservação privadas mais importantes na categoria. Os desafios são a necessidade de incentivo”, destacou.

RPPN - São Unidades de Conservação instituídas em áreas privadas, gravadas com perpetuidade, com o objetivo de conservar a diversidade biológica ali existente. Com isso, tem-se o engajamento do cidadão na proteção dos ecossistemas brasileiros, dando-lhe incentivo à sua criação, como isenção de impostos. O Sistema Nacional de Unidades de Conservação (SNUC) especifica que é compatível a conservação da natureza nessas áreas, com o uso sustentável de parcela de seus recursos ambientais renováveis e dos processos ecológicos essenciais, mantendo a biodiversidade e atributos ecológicos. Uso sustentável aqui subentende-se a realização de pesquisa científica e visitação pública com finalidade turística, recreativa e educacional.

Fonte: ICMBio/EcoAgência

"A proposta para a criação do Dia Nacional de RPPN surgiu dos proprietários da RPPN Rio das Lontras em Santa Catarina"

Rodrigo Castro - Presidente da CNRPPN 


Veja abaixo o discurso histórico do Presidente da Confederação Nacional de Reservas Particulares do Patrimônio Natural - CNRPPN - Rodrigo de Castro no último dia 05 na Audiência Pública na Câmara dos Deputados em Brasília:


AUDIÊNCIA PÚBLICA – DIA NACIONAL DAS RPPN

Membros da Comissão de Meio Ambiente e Desenvolvimento Sustentável da Câmara
Proprietárias e proprietários de RPPN
Apoiadores do movimento de RPPN no país
Senhoras e senhores,


Venho aqui hoje como representante da CNRPPN que congrega todas as 16 associações estaduais e regionais de proprietários de RPPN

Venho como representante da Aliança da Caatinga e do seu programa de incentivo a criação, gestão e implantação de RPPN

Venho como representante da RPPN Serra das Almas localizada na Caatinga do Ceará que ajudei a implantar e a gerir ao longo dos últimos 11 anos e que protege biodiversidade representativa desse bioma

Venho aqui hoje defender a criação do Dia Nacional das RPPNs, a ser comemorado no dia 31 de janeiro de cada ano, no intuito de subsidiar essa comissão com argumentos que justificam a pertinência da criação desta data como uma justa homenagem e incentivo a todas as proprietárias e proprietários de RPPN no país.

Porque criar o Dia Nacional das RPPN – das Reservas Particulares do Patrimônio Natural ou simplesmente das Reservas Naturais?

Atualmente existem no país 1.062 Reservas Naturais (entre as reconhecidas pelo Poder Público Federal, Estadual e Municipal), espalhadas por todos os biomas brasileiros e que contribuem para a integridade de mais de 692.000 hectares de ambientes naturais frágeis e ameaçados. O número de Reservas Naturais supera hoje o total de todas as Unidades de Conservação públicas criadas em âmbito federal, estadual e municipal.

As Reservas são criadas à partir do desejo do proprietário, são criadas em caráter de perpetuidade e representam a mais importante categoria de manejo de domínio privado do Sistema Nacional de UCs. Elas são criadas com o objetivo de assegurar a proteção da biodiversidade e permitem o uso indireto das riquezas naturais existentes nas áreas, em atividades como pesquisa, turismo e educação ambiental.

Essa categoria existe desde o dia 31 de janeiro de 1990 (decreto) e surgiu à partir do desejo e necessidade de proprietários rurais do país de assegurarem a proteção legal de parte de suas propriedades. A rede de proprietários de Reservas é atualmente formada por proprietários individuais, associações, organizações da sociedade civil, fundações e empresas.

Transcorridos 21 anos deste marco legal é possível perceber a grande e relevante contribuição das Reservas Naturais para o desenvolvimento sustentável do Brasil. As Reservas contribuem de forma complementar ao esforço público de conservação da natureza através da criação de Unidades de Conservação. Contribuem para o estabelecimento de mosaicos de áreas protegidas e corredores de biodiversidade que são estratégicos no desenvolvimento regional e local.

Representam uma contribuição voluntária as áreas protegidas assegurando a proteção de nascentes para o abastecimento urbano, atuando de forma preventiva para evitar inundações, contribuem para a recuperação de áreas degradadas, para o enfrentamento da desertificação no semiárido e na regulação do microclima entre outros. São fundamentais, junto a todas as outras categorias de Unidades de Conservação para a mitigação e a adaptação aos efeitos potencializadores do aquecimento global no país e no mundo.

Os proprietários de Reservas Naturais são responsáveis pela proteção de áreas que fornecem serviços ambientais essenciais para a nossa sociedade. Por isso quando vocês encontrarem com um proprietário de Reserva podem agradecer a ele pelos serviços ambientais que ele está assegurando.

O movimento de proprietários de Reservas está cada vez mais fortalecido e cresce a cada dia. Hoje, além da legislação federal, 14 estados e pelo menos 6 municípios já possuem seus programas de incentivo as RPPN, reconhecendo nas Reservas uma grande oportunidade para a ampliação das áreas protegidas nestes territórios e que contribuíram para uma significativa ampliação no número de RPPN. Além disso existem diversos programas pioneiros mantidos por instituições privadas que incentivam as RPPN e que ao longo dos últimos 10 anos demonstram o impacto positivo de investir nessa categoria de área protegida.

É importante lembrar que o estado reconhece publicamente o desejo voluntário do proprietário de conservar a biodiversidade na sua propriedade. Esse reconhecimento não implica em custos para o Estado, diferentemente dos processos de criação de UCs públicas de proteção integral que implicam na desapropriação e indenização dos proprietários anteriores gerando ônus para o estado. Atualmente mais de 70% dos Parques Nacionais, por exemplo, não tem os processos de regularização fundiária concluídos impossibilitando que estas áreas exerçam seu papel ambiental e social plenamente. Isso precisa mudar. Além de regularizar a situação dos Parques Nacionais é estratégico incentivar a criação de novas RPPN.

Qual é o impacto econômico das Reservas Naturais para o país?

Além da proteção da biodiversidade e dos serviços ambientais associados a essa proteção, as Reservas tem contribuído de forma direta para o desenvolvimento sustentável do país. Nas atividades de gestão e manutenção das áreas, elas geram empregos diretos. Pelo menos 20% das Reservas existentes desenvolvem atividades de ecoturismo gerando emprego e renda em zonas rurais do país. Pelo menos 22% das Reservas desenvolvem ações de educação ambiental buscando promover relações mais sustentáveis entre o homem e o ambiente.

A proposta para a criação do Dia Nacional de RPPN surgiu dos proprietários da RPPN Rio das Lontras em Santa Catarina e justificado nas próprias palavras do Fernando Teixeira (proprietário):

“Acreditarmos que é algo extremamente significativo, de mega importância e um marco na história das Reservas Particulares. Quiçá um divisor de águas. A criação desta data representa o reconhecimento pela sociedade da importância das RPPN para o país, além de contribuir para que esse instrumento se torne cada vez mais conhecido e seja cada vez mais ampliado”.

Nas palavras do Luiz Nelson, proprietário de RPPN do Rio de Janeiro:

“Parabéns as pessoas que conseguiram articular, nos bastidores de Brasília, esta grande vitória de reconhecimento da importância das RPPNs para o Brasil. Meu pensamento está junto com vocês no próximo dia 05 de outubro, para acompanhar e compartilhar esta alegria”.

Com diz a Deise proprietária de RPPN no Rio de Janeiro: “As RPPNs são uma declaração de amor a natureza”.

Ou como diz o Luiz, proprietário de RPPN no Espírito Santo – Trata-se de um compromisso com o futuro.

O proprietário de RPPN sai do discurso para a prática, dando a sua contribuição concreta para um mundo mais sustentável.

Gostaria de aproveitar para convidar a todos os presentes a participarem do 4. Congresso Brasileiro de RPPN que será realizado em Porto Alegre entre os dias 26 a 29 de outubro (deste mês) e que tem por lema: A conservação voluntária por um Brasil sustentável.

A todos os proprietários de RPPN, o nosso muito obrigado pelos serviços ambientais disponibilizados pelas áreas que vocês protegem tanto e tão bem!

OBRIGADO.

Rodrigo Castro

CNRPPN

Nota do blog: Agradecemos ao Presidente Rodrigo Castro pela grandeza da lembrança de nossos nomes como idealizadores da proposta.

quarta-feira, 5 de outubro de 2011

AUDIÊNCIA PÚBLICA DIA DAS RPPNs

Ideia que nasceu aqui em casa é debatida hoje na Câmera dos Deputados em Brasília e pode criar a Lei que define a data comemorativa do Dia Nacional das RPPNs!

Está nascendo o Dia Nacional das RPPNs!


Audiência discute participação do setor privado em preservação de reservas

A Comissão de Meio Ambiente e Desenvolvimento Sustentável promove na quarta-feira (5) audiência pública para discutir o Projeto de Lei 2036/11, que institui a data de 31 de janeiro como o Dia das Reservas Particulares do Patrimônio Natural (RPPNs). O debate foi solicitado pelo presidente da comissão, deputado Giovani Cherini (PDT-RS), que é autor do projeto.

O deputado lembra que as RPPNs são áreas destinadas à proteção ambiental em propriedades particulares, por vontade livre e exclusiva dos seus proprietários.

- Nessas áreas só se admite a pesquisa científica, a educação ambiental e o ecoturismo.

Cherini informa que, atualmente, existem 1.034 proprietários de RPPNs distribuídas em todos os biomas do País, em um total de 691 mil hectares. Para o deputado, a manutenção dessas reservas demonstra a “importância decisiva da participação da iniciativa privada no esforço nacional da conservação ambiental”.

A Lei 9.985/00, que instituiu o Sistema Nacional de Unidades de Conservação da Natureza (Snuc), tornou as RPPNs parte desse sistema. Essas reservas, no entanto, já estavam previstas em decreto de 1990.

O deputado Cherini ressalta que, além de previstas na lei federal, as RPPNs são tema de legislação específica de vários estados (Amazonas, Bahia, Espírito Santo, Mato Grosso, Mato Grosso do Sul, Minas Gerais, Paraná, Pernambuco, Rio Grandes do Sul, Santa Catarina, São Paulo e Tocantins).

- Celebrar o dia nacional das RPPNs não será apenas um reconhecimento do papel que elas desempenham, mas uma busca de novas formas de divulgação e incentivo para que outros proprietários conheçam e participem deste mecanismo de conservação já consolidado no Brasil -, diz Cherini.

Fonte: Agência Câmara


quinta-feira, 11 de agosto de 2011

UM LAR NA MATA ATLÂNTICA



FOTOS PRÊMIO EXPRESSÃO 2011

Vejam AQUI as fotos oficiais do Fórum de Gestão Sustentável e a entrega do Prêmio Expressão de Ecologia 2011, evento realizado na Federação das Indústrias de Santa Catarina - FIESC.

Fotos: Edson Junkes
Coordenação: Rodrigo Coutinho

Chris, o coordenador do evento Rodrigo Coutinho, da Editora Expressão e Fernando segurando o Troféu Onda Verde.


Além de tudo o evento realizado na FIESC proporcionou boas trocas de informações. Na foto o Diretor Superintendente da Enercan Carlos Alberto Bezerra de Miranda e Fernando em um bate-papo na pausa para o café.


Chris, o apresentador e jornalista Mário Motta e Fernando.



domingo, 7 de agosto de 2011

PRÊMIO EXPRESSÃO DE ECOLOGIA 2011

Aconteceu na última seta-feira, dia 05, na FIESC em Florianópolis o Fórum de Gestão Sustentável 2011 e a entrega do Prêmio Expressão de Ecologia, a maior premiação ambiental do sul do país.


Eu e Chris na FIESC (Federação das Indústrias do Estado de Santa Catarina), na entrega do Prêmio Expressão de Ecologia, junto ao grande jornalista e apresentador Mario Motta, que foi o mestre de cerimônia, abrilhantando ainda mais o evento.


Mário Motta empresta muito mais que sua famosa voz, dando ainda mais credibilidade e um charme especial ao belo evento.


É sempre um grande prazer poder encontrar com pessoas que fazem a diferença. O jornalista Mário Motta dispensa qualquer apresentação - cidadão da melhor cepa!


Rodrigo Coutinho é o coordenador da premiação que é considerada pelo Ministério do Meio Ambiente como a mais importante do Sul do País. Questão de competência!


Chris e eu com o Troféu Onda Verde junto ao coordenador do Prêmio Expressão de Ecologia Rodrigo Coutinho, na FIESC em Florianópolis. O case do Plano de Manejo da RPPN Rio das Lontras ganhou na categoria Conservação de Recursos Naturais. É o maior prêmio de meio ambiente do sul do país.


Registro para posteridade. É a segunda premiação em menos de um ano para o Plano de Manejo da RPPN Rio das Lontras. Ano passado foi o Prêmio ADVB de Preservação Ambiental 2010.


Com Ricardo Castelli Viera, Coordenador Regional na região Sul do Brasil do Instituto Chico Mendes de Conservação da Biodiversidade (ICMBio).

* Fotos gentilmente enviadas: Airton Ferreira da Silva


* Para ver na íntegra o Plano de Manejo da RPPN Rio das Lontras clique AQUI ou no final do blog.

* O Plano de Manejo da RPPN Rio das Lontras teve financiamento do Programa de Incentivo às RPPN da Mata Atlântica (Parceria entre as ONGs SOS Mata Atlântica, Conservação Internacional e The Nature Conservancy), apoio e cooperação-técnica da PROSUL, Universidade do Vale do Itajaí - UNIVALI, Parque Nacional da Serra do Itajaí e TIGRINUS Equipamentos para Pesquisa.

O Plano de Manejo é um documento técnico que, usando como base os objetivos gerais de uma Unidade de Conservação, estabelece o seu zoneamento e as normas que devem nortear e regular o uso que se faz da área e o manejo dos recursos naturais, inclusive a implementação das estruturas físicas necessárias à gestão da área protegida.


segunda-feira, 18 de julho de 2011

ALMA-DE-GATO

Hoje avistamos um grande e lindo pássaro. Corremos para pegar a câmera fotográfica e conseguimos fazer alguns registros, apesar dele brincar de esconde-esconde conosco, voando de árvore em árvore, pulando de galho em galho e se escondendo cada vez que nos aproximávamos.


Trata-se de uma espécie bem interessante: Seu canto se assemelha ao gemido de um gato, por isto é conhecida como Alma-de-gato (Piaya cayana). Voa rápida e silenciosamente entre os galhos da floresta à procura de insetos. Ainda, consegue imitar o canto de outras aves, especialmente o do bem-te-vi, que é de fato parecido com sua própria vocalização.


Seu nome em inglês é "squirrel cuckoo", literalmente traduzido como "cuco-esquilo" e expressa muito bem o comportamento desta ave, que lembra muito os esquilos pelo modo como pula entre as ramagens com sua longa cauda. Já seus dois nomes mais comuns em português: chincoã e alma-de-gato, referem-se respectivamente à sua vocalização e ao seu modo sorrateiro, até mesmo um tanto misterioso, pois apesar de seu tamanho consegue se deslocar sem ser facilmente notado.


Ocorre em matas ciliares, matas secundárias, capoeiras, parques e bairros arborizados até mesmo das maiores cidades brasileiras. Habita os estratos médio e superior dessas matas, deslocando-se através da copa das árvores e arbustos, quase nunca descendo ao solo. Anda sozinho ou aos pares. Uma ave que gosta de planar,e para isso,apresenta duas caudas,uma interna e outra externa. Para voar abre a interna (que é a listrada) e a cauda parece aumentar.Isso ajuda a ave a planar com facilidade.


Alimenta-se basicamente de insetos, principalmente lagartas, que captura ao examinar as folhas, inclusive em suas partes inferiores. É curioso notar que come até mesmo lagartas com espinhos aparentemente venenosos. Também consome frutinhas, ovos de outras aves, motivo pelo qual é muitas vezes afugentado por suiriris e outras espécies que estejam com ovos e filhotes. Também caçam lagartixas e pererecas.


Na primavera, início do período reprodutivo, canta incansavelmente durante todo o dia. O ninho é em forma de panela rasa, feito de galhos frouxamente entrelaçados. A fêmea bota cerca de 6 ovos, que possuem uma casca com aspecto peculiar devido à aparência mineral. Os pais se revezam tanto na incubação, que leva cerca de 14 dias, quanto na alimentação dos filhotes, que permanecem no ninho por cerca de uma semana e passam mais duas na dependência dos pais.


Seu hábitat são as matas ciliares, cerrados e área urbanas arborizadas. Fique de olho: Vale a pena avistar ess bela espécie!


Fotos: Fernando José Pimentel Teixeira / Angelina - SC
Agradecimento: Guto - AvistarBrasil
Pesquisa: Wiki Aves


quarta-feira, 6 de julho de 2011

BICHO-PREGUIÇA EM SANTA CATARINA

Croqui com imagem do Google Earth mostra o local do avistamento inédito das Seriemas na região da Grande Florianópolis (clique na imagem para melhor visualização).

Invariavelmente toda visita à RPPN Rio das Lontras alguma (boa) surpresa acontece. Dia desses ao levarmos alguns visitantes avistamos dois enormes pássaros. Ao sairmos do carro eles voaram para um pouco mais longe, mas foi possível identificar a espécie: um lindo casal de seriemas.

Comentei que era a primeira vez que via esse animal no local. Poderia ter fotografado, mas achei que estavam meio distantes. Deixei para lá...

Me arrependo profundamente de ter perdido essa oportunidade. Ao chegar em casa fui consultar o livro "Aves em Santa Catarina", da nossa amiga ornitóloga Lenir Alda do Rosário e para meu espanto constantei que não há registros dessa espécie em toda a região.

Liguei para ela, confirmei a situação inusitada e fiquei chateado em saber que perdi a oportunidade de fazer um registro fotográfico inédito. Mas o canto delas ao entardecer ficou gravado na nossa memória.

Bicho-preguiça em Santa Catarina?

Agora, outra informação surpreendente nos chegou: Conversando por telefone com um amigo que possui uma grande área preservada vizinha à RPPN Rio das Lontras, ele me contou ter visto certa vez um bicho-preguiça. Deu detalhes do avistamento. Alertei-o que não seria possível tal fato, pois não é animal encontrado em Santa Catarina. Consultei dois dos maiores especialistas em mamíferos do estado e eles disseram que é comum as pessoas confundirem animais. Poderia meu vizinho ter visto um tamanduá-mirim ou mesmo uma irara e ter se equivocado?

Pouco provável. Ambientalista, boa formação, foi altamente convincente no relato. Mais uma vez recorri aos livros, dessa vez "Mamíferos de Santa Catarina", da amiga pesquisadora Ana Verônica Cimardi. Está lá, descrito na página 199 como parte da fauna catarinense. Liguei para ela, que me disse haver apenas citações bibliográficas. Segundo me relatou, nenhuma imagem, nenhum exemplar vivo ou morto.

Será possível haver um mamífero desse porte no alto das nossas árvores sem que ninguém tenha fotografado? Um animal lento, porém discreto o suficiente para passar quase despercebido? Mas por tanto tempo?

Só posso concluir que - se existem de fato - são muito poucos, raros mesmo! Mas uma coisa é certa: Se eles estão lá, nós vamos provar!

E justificar mais uma vez a importância e urgência de protegermos os remanescentes de Mata Atlântica em Santa Catarina.

Abaixo o relato que recebi por escrito do meu vizinho:

"A respeito de sua indagação, fui até olhar umas imagens para me certificar, das quais estou enviando 2 que coincidem com as posições que presenciei; ele foi avistado em meados de 1998 quando estava com um trator de esteira reformando um acesso dentro da propriedade para São Pedro de AlCântara, neste caminho tinha uma árvore caída sobre outras cruzando de um lado a outro e o bicho estava fazendo a travessia. Também fiquei surpreso com o que vi e como eu quem estava no território dele paralisei os serviços imediatamente no local. O bicho também nos avistou e não expressou reação alguma, simplesmente continuou sua travessia, o que levou quase 30 minutos para cruzar 5 metros, ele não só se deslocava lentamente como os movimentos (braços e pernas) eram escalonados (1° um depois outro) e muito lentos.
Pena que nesta época não se tinha câmeras digitais nem tão pouco celulares com câmeras, mas as imagens anexadas são idênticas as avistadas..."
 



NOVA ESPÉCIE HOMENAGEIA TOM JOBIM



Uma trepadeira, conhecida como Bico Branco, foi reconhecida oficialmente pela comunidade científica como uma nova espécie botânica. A planta foi encontrada numa reserva de Mata Atlântica no norte do Espírito Santo e homenageia em seu nome o maestro e ambientalista Tom Jobim.

sábado, 4 de junho de 2011

O VALOR DA FLORESTA

Floresta em pé vale mais do que soja

Pesquisa converte para valores monetários todos os benefícios gerados por áreas de mata nativa

Tânia Rabello - O Estado de S. Paulo

Quanto vale uma floresta em pé? Pode ser mais preciosa do que uma lavoura de soja. Bem diferente do que argumenta o deputado federal Aldo Rebelo (PCdoB-SP), ao defender a aprovação do Código Florestal, pequenos agricultores só teriam a ganhar, em termos econômicos, se destinassem 20% da propriedade à reserva legal.

É o que prova a dissertação de mestrado “Valoração Ecológica de Áreas de Preservação Permanente”, do biólogo Thiago Junqueira Roncon, estudante de mestrado em Agroecologia e Desenvolvimento Rural do Centro de Ciências Agrárias da UFSCar/Araras, sob orientação dos professores-doutores Paulo Roberto Beskow, da UFSCar/Araras, e Enrique Ortega, do Laboratório de Engenharia Ecológica da Unicamp. “Encarei o desafio de medir o trabalho da natureza e os serviços ambientais que ela presta e o quanto isso representa em valor monetário, mudando o paradigma de que manter floresta significa prejuízo”, diz. Entre os números levantados, está, por exemplo, o valor de 1 hectare de Mata Atlântica com 75 anos de idade: R$ 150 mil. “Isso só contabilizando o valor da madeira das árvores”, diz. “Se incluirmos os serviços ambientais, adicionam-se R$ 4.011,60/hectare/ano.”

Serviços ambientais 
Isso não quer dizer que toda área agricultável deveria ser convertida em floresta. Roncon espera, porém, que os resultados sirvam para orientar políticas públicas, sobretudo no que diz respeito ao Pagamento por Serviços Ambientais (PSA) e também em relação ao uso e ocupação do solo. Sobre os PSA, o estudo pode ser ponto de partida para calcular e pagar valores mais justos a quem preserva ou recupera matas. “O pagamento com base no real valor da floresta seria um estímulo à preservação.”

Calcula-se que, desde 2007, no máximo mil produtores rurais já tenham recebido dinheiro de programas de PSA no País, explica o agrônomo Fernando Veiga, da ONG The Nature Conservancy. Os valores, porém, ficam na média de R$ 80 a R$ 200 por hectare/ano, conforme Veiga, e não levam em conta o total dos benefícios prestados pela floresta, valorados e calculados agora por Roncon.
Entre eles, discrimina o biólogo, estão produção e conservação de estoques de água potável, regulação do clima, controle de erosão, polinização, controle biológico, aumento da produtividade e fertilidade e estoque de carbono e energia. Inverta-se a lógica para pensar quanto se gasta com tratamento de água e de doenças decorrentes de sua contaminação, desastres climáticos, baixa produtividade por falta de polinização, erosão, defensivos, efeito estufa e assoreamento de rios.

Os trabalhos de campo foram feitos em duas áreas com fragmentos florestais no Estado de São Paulo: o Sítio Duas Cachoeiras, de Amparo (SP), nos quais foram pesquisados 7,7 hectares em diferentes estágios de desenvolvimento, de 7 a 25 anos, e a Fazenda das Palmeiras, em Itapira (SP), que preserva há 200 anos uma floresta de 64,1 hectares.

Foi por meio da avaliação emergética (veja abaixo) que Roncon identificou, quantificou e valorou serviços ambientais prestados por estes fragmentos florestais de Mata Atlântica. Ali, ele trabalhou com 55 variáveis, como sol, chuva, vento, água, biomassa, matéria orgânica, elementos químicos, estrutura do solo, escoamento de água, água percolada (filtrada pelo solo), afloramento de água e erosão e outros. Levando-se em conta as variáveis, e convertendo-as para valores emergéticos, o mestrando chegou àquele número de R$ 150 mil, só em relação às árvores. “E, para tornar o PSA mais viável economicamente, converti depois os valores referentes apenas aos serviços ambientais da análise emergética em valores de mercado de créditos de carbono, que poderiam ser comercializados pelo proprietário de florestas”, finaliza.

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