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domingo, 28 de fevereiro de 2010

EXTINÇÃO DE ESPÉCIES É MAU NEGÓCIO

Extinção de espécies afeta a economia, dizem especialistas

Vive-se pior crise de perda da biodiversidade desde fim dos dinossauros.
Vários setores econômicos dependem de plantas e animais.

Da Reuters

A perda de espécies animais e vegetais são cada vez mais uma ameaça econômica, e o mundo precisa de novas metas para a preservação da natureza depois de fracassar no cumprimento de uma meta da ONU para a redução das extinções até 2010, disseram especialistas na sexta-feira.

A perda da biodiversidade "tem consequências cada vez mais perigosas para o bem estar humano, até mesmo para a sobrevivência das novas espécies", disse um sumário de uma conferência de 90 países realizada com apoio da ONU durante esta semana na Noruega.

Tigre é um dos animais que quase só existi em zoológicos. Na natureza existem apenas 3.500 indivíduos, dizem especialistas. (Foto: Tambako The Jaguar/Flickr)

A ONU diz que o mundo está enfrentando sua pior crise de extinções desde a desaparição dos dinossauros, há 65 milhões de anos. As causas estão relacionadas ao aumento da população humana - o que pode se refletir na emissão de gases do efeito estufa, na destruição de corais tropicais ou na derrubada da Amazônia.

"Muitos mais setores econômicos do que percebemos dependem da biodiversidade", disseram os presidentes da conferência em seu sumário.

Finn Kateraas, um dos copresidentes do evento, disse à Reuters que "existe uma oportunidade econômica" por trás disso, e que a proteção das espécies pode ajudar a salvaguardar o crescimento econômico de longo prazo.

As conclusões dos especialistas ajudarão a embasar as discussões numa conferência da ONU sobre a biodiversidade em outubro no Japão.

Em 2002, uma cúpula da ONU propôs uma "redução significativa do atual ritmo da perda de diversidade biológica" até 2010, o que a ONU diz não ter ocorrido.

"Uma ação urgente é necessária para tratar da perda da biodiversidade, especialmente para evitar pontos (...) após os quais os danos podem ser inevitáveis."

Johan Rockstrom, diretor do Centro da Resiliência de Estocolmo, disse que as atividades humanas elevaram o ritmo das extinções entre cem e mil vezes acima da taxa-base na história da Terra.


quinta-feira, 25 de fevereiro de 2010

'DIA NACIONAL DAS RPPNS"

Em 21 de setembro de 2007 lançamos aqui no blog a proposta da criação do "Dia Nacional da RPPN".
Dois anos, cinco meses e quatro dias depois a idéia se concretiza e hoje foi apresentado no plenário do Congresso Nacional o Projeto de Lei instituindo a data de 31 de janeiro como o Dia Nacional das Reservas Particulares do Patrimônio Natural, de autoria do Deputado Eunício Oliveira.

Nossos mais sinceros agradecimentos a todos que apoiaram nossa proposta, em especial à Dra. Sonia Wiedmann, ao presidente da Confederação Nacional das RPPNs Rodrigo Castro, aos presidentes das Associações Estaduais, ao Beto Mesquita e todos proprietários de RPPNs e ambientalistas que incentivaram e ajudaram uma simples idéia a se tornar uma realidade.




Projeto de Lei criando o dia Nacional das RPPNs

Quinta-feira, 25 de Fevereiro de 2010 - 12h44
Projeto de Lei criando o dia Nacional das RPPNs já foi apresentado em plenário pelo Deputado Eunício Oliveira e tem a seguinte indicação:

PL - 6863/2010 - Autor: Eunicio Oliveira - PMDB/CE
Data da Apresentação: 25/02/2010
Ementa: Institui a data de 31 de janeiro como o Dia Nacional das Reservas Particulares do Patrimônio Natural - RPPN.

LEI Nº DE 2010

(Do Senhor Deputado Eunício Oliveira)

Institui a data de 31 de janeiro como o Dia Nacional das Reservas Particulares do Patrimônio Natural - RPPN.


O Congresso Nacional decreta:


Art. 1o É instituído o dia 31 de janeiro de cada ano como o Dia Nacional das RESERVAS PARTICULARES DO PATRIMÔNIO NATURAL – RPPN - com o objetivo de conscientizar toda a sociedade sobre a importância da conservação e preservação ambiental em áreas de propriedade particular, destinadas para este fim por iniciativa de seu proprietário.


Art. 2o Esta Lei entra em vigor na data de sua publicação.

Justificativa:

As Reservas Particulares do Patrimônio Natural – RPPNs são criadas por iniciativa de proprietários particulares que destinam parte de sua propriedade ou a propriedade toda para a proteção ambiental. Nestas áreas só se admite a pesquisa científica, educação ambiental e ecoturismo.

O primeiro decreto instituindo as RPPNs no Brasil foi o Decreto n º 92914 de 31 de janeiro de 1990 e, pela Lei nº 9.985/2000 que instituiu o Sistema Nacional de Unidades de Conservação- SNUC foram as mesmas elevadas a categoria de unidades de conservação.

A princípio não se acreditava que haveria grande interesse na criação destas reservas particulares por parte dos proprietários. Entretanto, foi surpreendente e gratificante ver como os proprietários estão engajados no processo de conservação e, hoje, já existem mais de 900 propriedades com RPPNs em todo o País, constituindo-se em corredores ecológicos, zonas de amortecimento de outras unidades de conservação, mosaicos bem como representam amostras significativas de todos os biomas como Mata Atlântica, Amazônia, Caatinga, cerrado, pampa, floresta de Araucária e Pantanal matogrossense.

Estas reservas privadas são isentas de Imposto Territorial Rural, têm o apoio de Organizações não governamentais para criação e elaboração de seu plano de manejo e, em muitas delas se pratica o mais saudável ecoturismo.

É um programa de sucesso iniciado pelo IBAMA e acompanhado por vários estados da federação que, exercendo a competência concorrente constitucional, já possuem leis estaduais próprias para a criação de RPPNs.

Celebrar o marco legal de criação das RPPNs, no dia 31 de janeiro de cada ano, é um imperativo não só pelo importante papel que elas desempenham no cenário ambiental brasileiro como também é uma busca de novas formas de divulgação e incentivo para que outros proprietários conheçam e participem deste mecanismo de conservação já consolidado no Brasil.

Sala das Sessões, 25 de Fevereiro de 2010.

Deputado Eunício Oliveira

SELEÇÃO ECOLÓGICA

Camisa da seleção brasileira usa a mesma tecnologia das camisetas da RPPN Rio das Lontras, tecido ecológico feito de garrafas pet recicladas.

Seleção apresenta camisa ecologicamente correta para usar na Copa do Mundo

Bruno Freitas*
Em Londres (Inglaterra)

Nova camisa da seleção brasileira foi lançada em Londres; peça tem caráter ecologicamente correto

A roupa que vestirá o Brasil em sua 19ª Copa do Mundo foi apresentada nesta quinta-feira num evento em Londres. O uniforme 1 da seleção, com a clássica composição de camisa amarela e calções azuis, foi a principal atração de um lançamento coletivo de uma grande marca internacional, que contou com novidades de mais nove seleções.

O destaque da nova camisa da seleção, segundo a fornecedora de material esportivo que mantém acordo com a CBF, é seu caráter ecologicamente correto. A camisa é feita com poliéster reciclado de garrafas plásticas. Cada peça foi produzida a partir de oito garrafas retiradas do meio-ambiente.

Visualmente, ela é mais discreta do que suas versões anteriores, pelo menos nos detalhes em verde, que aparecem na gola e em tiras sobre ombros e braços.

O lançamento aconteceu em uma fábrica desativada, em Londres.

Na apresentação em um evento numa fábrica desativada em Londres, o atacante Alexandre Pato atuou como modelo da camisa amarela da seleção. O jogador do Milan, no entanto, não vem sendo convocado e sua presença na Copa é incerta. Isso porque, Luís Fabiano, Adriano, Robinho e Nilmar vêm sendo os preferidos de Dunga para a posição e foram convocados para o último teste antes do Mundial.

Além do Brasil, as seleções de Holanda, Portugal, EUA, Austrália, Nova Zelândia, Eslovênia, Sérvia e Coreia do Sul tiveram novos modelos de uniformes apresentados no evento desta quinta em Londres. A Inglaterra, que é patrocinada pela Umbro, aproveitou a oportunidade e também lançou a camisa que o English Team irá usar no Mundial da África do Sul. A Umbro pertence à Nike desde 2007 e esta foi a primeira vez as duas marcas realizaram uma ação desse tipo em conjunto.

Alexandre Pato, do Milan, foi o "modelo" que apresentou o novo uniforme da seleção brasileira.

Há pouco mais de dez dias, uma ação de marketing no Carnaval de Rio de Janeiro e Salvador já havia apresentado a camisa 2 da seleção, a azul, em outro modelo desenvolvido para o Mundial da África do Sul.

A estreia oficial da nova camisa amarela da seleção deve acontecer na próxima terça-feira, também em Londres, na partida amistosa contra a Irlanda, no último compromisso da equipe antes do anúncio da lista para a Copa.

*O jornalista viajou a Londres a convite da Nike

terça-feira, 23 de fevereiro de 2010

OLIMPÍADAS DE INVERNO

As camisetas ecológicas da RPPN Rio das Lontras estão correndo o mundo.
O clique abaixo foi feito em plena Olimpíada de Inverno 2010 em Vancouver, Canadá.
Por essa Ricardo bem merece uma medalha de ouro!


CLIQUE AQUI PARA VER AS "CAMISETAS RPPN RIO DAS LONTRAS PELO MUNDO"

sábado, 20 de fevereiro de 2010

PRIMATAS EM EXTINÇÃO

Metade das espécies de primatas corre risco de extinção, diz estudo

O Tarsius tumpara, da Indonésia, é um dos primatas com risco de extinção




Quase a metade das espécies de primatas está sob risco de extinção por causa da destruição de florestas tropicais, comércio ilegal de animais e caça para a venda de sua carne, disse relatório preparado pelo Bristol Zoo Gardens, do Reino Unido.

Um total de 48% das 634 espécies de primatas do mundo são classificadas como ameaçadas de extinção, na Lista Vermelha de Espécies Ameaçadas da IUCN (União Internacional para a Natureza). E uma pesquisa identifica as 25 espécies em maior risco.

"Primatas em Perigo: Os 25 Primatas Mais Ameaçados, 2008-2010" foi compilada por 85 especialistas de várias partes do mundo e fala da necessidade da adoção de medidas urgentes de conservação dos animais.

A lista inclui cinco espécies de primatas de Madagascar, seis da África, 11 da Ásia e três da América Central e do Sul.

Nenhum dos macacos naturais do Brasil está incluído nesta lista. As espécies ameaçadas das Américas são: saguim-de-cabeça-de-algodão (Saguinus oedipus), que vive especialmente na Colômbia e Venezuela; o macaco-aranha-castanho (Ateles hybridus), de Colômbia e Equador e o macaco-barrigudo-da-cauda-amarela do Peru (Oreonax flavicauda).

Os conservacionistas destacam a situação de espécies como o langur-de-cabeça-dourada (Trachypithecus p. poliocephalus),que só é encontrado em uma ilha na costa nordeste do Vietnã, e onde restam apenas de 60 a 70 indivíduos.

Mico-leão-dourado

O resultado da pesquisa causou preocupação a muitos cientistas que trabalham com a preservação de animais.

Um dos editores do documento, Christoph Schwitzer, chefe de pesquisa da Fundação para a Ciência e Conservação de Bristol, disse: "Este relatório destaca a extensão do perigo que muitos dos primatas do mundo enfrentam. Nós esperamos que ele seja eficaz em chamar a atenção para a situação de cada uma das 25 espécies incluídas. Apoio e ação para ajudar a salvar estas espécies é vital para evitar perder estes animais maravilhosos para sempre."

Apesar da avaliação sombria, os conservacionistas lembram o sucesso obtido em iniciativas para ajudar espécies a se recuperarem.

No Brasil, o mico-leão-preto (Leontopithecus chrysopygus) e o mico-leão-dourado (Leontopithecus rosalia), saíram da lista de estado crítico de ameaça da Lista Vermelha do IUCN em 2003 como resultado de três décadas de esforços de conservação envolvendo várias instituições, inclusive zoológicos.

Gibão-Hoolock-do-oeste (Hoolock hoolock), encontrado em Bangladesh, Índia e Mianmar

O Lêmur-gentil (Prolemur simus), de Madagascar

Macaco-barrigudo-da-cauda-amarela (Oreonax flavicauda), do Peru

Langur-da-cauda-de-porco (Simias concolor), daIndonésia (ilhas Mentawai)

Sifaka-sedoso (Propithecus candidus), de Madagascar

O lêmur Lepilemur septentrionalis, de Madagascar

O lêmur Eulemur cinereiceps, de Madagascar

Os lêmures Eulemur flavifrons, de Madagascar

Outro lêmur-gentil (Prolemur simus), de Madagascar

Mico de cabeça branca ("Saguinus oedipus"), da Colômbia

quinta-feira, 18 de fevereiro de 2010

CAMPANHA DA FRATERNIDADE ECOLÓGICA

Campanha da Fraternidade 2010 é lançada em São Paulo

Tema deste ano é "Economia e Vida".
Arcebispo de São Paulo espera que tema seja debatido durante eleições.

Emilio Sant'Anna
Do G1, em São Paulo

D. Odilo Scherer defende que candidatos apresentem política econômica socialmente justa e sustentável (Foto: Emilio Sant`Anna)

A Quarta-Feira de Cinzas é o dia que abre a Quaresma, período que antecede a Páscoa e, para os cristãos, momento de reflexão. Esta quarta (17) marcou também o lançamento da Campanha da Fraternidade 2010. O tema da campanha é "Economia e Vida" e o arcebispo metropolitano de São Paulo, d. Odilo Scherer, espera que seja discutido durante a campanha eleitoral deste ano.

"Espero que o tema seja debatido e que se discuta que tipo de política econômica os candidatos vão apresentar", disse d. Odilo, enquanto se preparava para o lançamento da campanha durante a missa de Quarta-Feira de Cinzas, na Catedral da Sé.

Esta é terceira vez que a Campanha da Fraternidade é organizada pelo Conselho Nacional de Igrejas Cristãs do Brasil (Conic), entidade que congrega além da Igraja Católica, a Igreja Luterana, Anglicana, Católica Ortodoxa e Presbiteriana.

"Espero que o tema seja debatido e que se discuta que tipo de política econômica os candidatos vão apresentar "

O tema é atual, mas foi decidido antes mesmo da crise econômica. "Estamos saindo de uma crise global, mas ainda não a superamos totalmente", disse o arcebispo de São Paulo.

A proposta das igrejas filiadas ao Conic é que os cristãos repensem o modelo econômico vigente. Entre as ações propostas estão a luta em favor da tributação justa e progressiva, a auditoria da dívida pública, a adoção de políticas ecônomicas de distribuição de renda e o direito a alimentação.

Economia de comunhão, diz d. Odilo, é uma das formas de combater a exclusão social e a pobreza. Neste ano, Campanha da Fraternidade é realizada pelo Conic (Foto: Emilio Sant`Anna)

"A riqueza acaba se tornando um valor supremo, em nome do qual todos os outros valores acabam sendo sacrificados"

D. Odilo lembra que os cristãos não podem "servir a Deus e ao dinheiro" e que o enriquecimento e o acúmulo de bens não pode ser tratado com idolatria. "A riqueza acaba se tornando um valor supremo, em nome do qual todos os outros valores acabam sendo sacrificados", afirma.

A melhor forma de viver o tema da campanha, disse d. Odilo, é promover ações sustentáveis, como a prática da ecônomia socialmente justa, e que não agridam o meio ambiente, o que ele chama de "economia de comunhão". "Podemos promover formas de economia que visem, por exemplo, integrar grupos que estão socialmente marginalizados, o comércio eco-solidário, economia de comunhão, existem muitas formas de se promover uma economia menos individualista e mais solidária", afirmou.

A Catedral da Sé ficou cheia para acompanhar a celebração da missa por d. Odilo. Alheio à campanha e à missa, do lado de fora, Kléber Gomes, de 21 anos, era um entre os tantos moradores de rua que passam os dias na Praça da Sé. Há poucos dias, disse ele, completou um ano morando nas ruas de São Paulo.

Um ano morando nas ruas e dormindo em frente à Catedral da Sé. "Vim para buscar emprego, mas nunca encontrei nada", disse ele, que estudou até a oitava série.

Questionado se deseja retornar para Brasília, onde mora sua família, Kléber dá de ombros. "Querer mesmo eu queria era trabalhar", afirmou. "Mas se não


domingo, 14 de fevereiro de 2010

MAIS VOCÊ


Engenheiro Florestal, ambientalista, um dos maiores incentivadores das Reservas Particulares no Brasil e autor de vários trabalhos com o tema RPPN, Carlos Alberto Bernardo Mesquita - o Beto Mesquita - bate um papo com a apresentadora e bióloga Ana Maria Braga, no programa Mais Você, da Rede Globo:

Chuvas trazem o perigo da queda de árvores

O tempo quente e as chuvas são assuntos que não saem dos jornais .
Somente em São Paulo foram 48 dias seguidos de temporais.
Setenta e duas pessoas morreram por causa das chuvas. Milhares ficaram desabrigadas. Sem falar na falta de luz que atingiu várias regiões das cidades por horas. Mas existe outro grande problema: a queda de árvores.

Muita gente tem dúvidas sobre como perceber os perigos que as árvores podem trazer. A cidade de São Paulo tem, aproximadamente, dois milhões de árvores e apenas 70 engenheiros agrônomos, espalhados nas 31 subprefeituras, para vistoriá-las.

Para falar sobre o assunto, Ana Maria conversou com o presidente da Associação Profissional dos Engenheiros Florestais do Estado do Rio de Janeiro e diretor executivo do Instituto Bioatlântica, Beto Mesquita. “Não é porque temos quedas de árvores que devemos querer tirá-las das nossas cidades. São fatalidades”, disse.



sexta-feira, 12 de fevereiro de 2010

PITACOS DAS LONTRAS

Lontras na cachoeira da divisa entre as cidades de Angelina e Rancho Queimado. Bem na hora do clique programado caiu uma gostosa chuva de verão.

ENTREVISTA QUE CONCEDEMOS AO SITE RPPN WEB DO INSTITUTO CHICO MENDES:

Como você conheceu as RPPN?
Assistindo um programa de tv que falava sobre a proteção da biodiversidade. Foi daí que nasceu a vontade de vendermos nossa casa em Floripa, comprarmos uma área preservada e transformá-la em RPPN.

Ao criar a RPPN, quais eram seus principais objetivos?
Contribuirmos para a preservação do meio ambiente e com as gerações futuras. Fazermos nossa parte, mesmo sabendo que é uma gota no oceano, para que nossos filhos e herdeiros do planeta Fernanda e Tom possam ter a oportunidade de uma proximidade maior com a natureza.

Quais foram os incentivos que levaram você a criar uma RPPN?
A convicção de ser uma proteção prevista em Lei, em caráter perpétuo.

São desenvolvidas atividades econômicas na sua RPPN? Quais?
É sabido que toda Unidade de Conservação precisa ter seu Plano de Manejo para nortear suas atividades. O nosso Plano de Manejo acaba de ser aprovado pelo Instituto Chico Mendes e a meta é a partir de agora buscar recursos para sua implementação, assim como para a construção de uma sede e das primeiras benfeitorias na área. No momento, a única receita proveniente da RPPN Rio das Lontras é externa, com a venda de camisetas feitas com tecido ecológico, de garrafas pet recicladas e estampada com a já famosa logomarca criada e desenhada pelo genial cartunista e escritor Ziraldo.

...vale citar uma famosa frase da Dra. Sonia Wiedmann: “É muito mais fácil encontrar Deus numa RPPN do que num templo erguido pelo homem...”

Que atividades você gostaria de realizar em sua RPPN?
Educação ambiental consideramos algo essencial. Temos uma paixão especial por pesquisas, que especialmente nos motiva muito.

Sua RPPN possui plano de manejo?
Sim, o realizamos em 2009. Foi devidamente aprovado e aguardamos para os próximos dias a publicação no Diário Oficial da União. É a primeira RPPN de Santa Catarina com Plano de Manejo. Aliás, segundo informações do Instituto Chico Mendes, apenas três RPPNs da Mata Atlântica já tiveram seus Planos de Manejo aprovados depois da criação do Roteiro Metodológico. Então, cremos, é algo para comemorarmos com entusiasmo.

Existe algum levantamento ou estudo realizado em sua RPPN? Quais?
Realizamos estudos da fauna: biota aquática; ictiofauna; herptofauna; avifauna e mastofauna.
Na área da vegetação foi feito o Inventário Florístico e Florestal.
E ainda foi pesquisado o sócio-econômico da região para a caracterização da área do entorno.
Também houve levantamento dos aspectos históricos e culturais, hidrografia, geologia, etc.

A sua RPPN recebe apoio de alguma instituição? Como você conseguiu tal apoio?
Para o Plano de Manejo concorremos e obtivemos apoio do Programa de Incentivo às RPPNs da Mata Atlântica (da ONG Aliança para Conservação da Mata Atlântica, uma parceria entre as ONGs Conservação Internacional, Fundação SOS Mata Atlântica e The Nature Conservancy). Também batalhamos e conseguimos firmar parcerias e cooperação técnica com as empresas Prosul e Tigrinus Equipamentos para Pesquisa e ainda com o Parque Nacional da Serra do Itajaí e com a Universidade do Vale do Itajaí – UNIVALI.
Tem que ser insistente, ter qualidade e embasamento nos projetos. Em se tratando da importância da criação de uma RPPN, um Patrimônio Natural que gera inúmeros benefícios para a sociedade, deveria haver mais facilidade aos proprietários. A atuação voluntária e a garra dos proprietários de RPPNs não podem ser justificativas para caminharem solitários, sem ajuda do estado e da iniciativa privada, ficando por sua própria conta – e risco!

“No dia 21 de setembro de 2007, Dia da Árvore, lançamos no blog da RPPN Rio das Lontras a idéia da criação do Dia da RPPN!”

Que tipo de apoio você gostaria de receber para garantir a implementação e manutenção de sua RPPN?
Muito provavelmente o Brasil terá a milésima RPPN ainda em 2010. Para esse universo multifacetado, de áreas protegidas por iniciativa de proprietários distintos, cada um com sua história própria, recursos e intenções, nos mais diversos biomas e características regionais, é necessário haver muito, mas muito mais mecanismos de apoio.
Obviamente o ideal é que esse apoio case com os objetivos da RPPN e que a fonte tenha a consciência da real necessidade das áreas protegidas, das ações que garantam um planeta mais justo e equilibrado, social e ambientalmente.
Precisa haver mais e melhores mecanismos de apoio às RPPNs, menos burocracia, menos cobrança e mais facilidade de acesso aos recursos.
E como diz a própria pergunta, garantir a implementação e manutenção da RPPN.

Qual a principal dificuldade em manter a sua RPPN?
Levando-se em conta que a RPPN é uma “pessoa física” e não uma instituição jurídica, é muito complicado buscar recursos. A RPPN não sendo empresa e não tendo uma ONG atuando em conjunto, tem que tirar leite de pedra para sobreviver. É desejável que a RPPN, no nosso entender, deva ter a opção de ser uma instituição mais eficiente e independente e assim caminhar com as próprias pernas.
Um problema muito comum as RPPNs e que também nos atinge é a manutenção da estrada de acesso para a RPPN, um caso sério! A prefeitura promete faz anos arrumá-la e já gastamos uma pequena fortuna em sua manutenção. E atualmente só se chega com um carro 4x4 e olhe lá!
Por isso a importância da RPPN ser cada vez mais forte como instituição, para que as prefeituras sejam verdadeiras parceiras e tenham a noção da significância de ter uma RPPN em seu território. Uma empresa que se instala no município vai gerar empregos e renda até quando ela existir ou se mudar dali. Por sua vez, uma RPPN é para sempre!
Vale citar aos prefeitos uma frase sempre falada pela presidenciável Marina Silva: “...que entendam que o Meio Ambiente não pode ser visto como algo separado das demais atividades!”.

Quais as principais ameaças à integridade da RPPN? Na sua opinião, porque isso ocorre?
Vários: O projeto de seis Pequenas Centrais Hidrelétricas (PCHs) na nossa bacia hidrográfica, sendo que um deles ameaça secar todo o trecho de rio que passa pela nossa RPPN, comprometendo mais de 85 metros de quedas e a cachoeira que é uma das nossas maiores belezas cênicas e que certamente influencia toda a dinâmica do ecossistema local, criando um micro-clima e lar das Lontras, nosso animal símbolo.
Há também a atual “febre” entre os colonos da região – conhecida historicamente como a “primeira colônia alemã de Santa Catarina” – a construção de enormes Granjas de frangos para corte. Mas o “resumo da ópera” é a total falta de uma consciência ecológica da maior parte da sociedade, gerando um comportamento irresponsável, consumidor, predador, com desmatamentos, uso indiscriminado de agrotóxicos, caça, poluição, políticas equivocadas e de cunho imediatista.
A fiscalização ineficiente e o não cumprimento das Leis é algo que compromete muito. Temos na maior parte das vezes em pensar nos nossos problemas e mais ainda no que acontece a nossa volta. A natureza não se restringe à área da RPPN. Acabamos tendo que nos mobilizar por ações que, em tese, deveria ser feita pelo Poder Público. Muitas vezes o caminho é recorrer sempre à última instância, o Ministério Público.

Você criaria outra RPPN? Porque?
Acreditamos que sim (risadas). Certamente de maneira mais tranqüila por sabermos os caminhos a serem percorridos, já que depois que a picada foi aberta fica mais fácil seguir a trilha. E vale citar uma já famosa frase da Dra. Sonia Wiedmann, que foi Procuradora do Ibama por 32 anos e é conhecida como a “Mãe das RPPNs”: “É muito mais fácil encontrar Deus numa RPPN do que num templo erguido pelo homem...”

“...como sempre diz o Beto Mesquita: “RPPN é uma só!””

Você atua em alguma entidade ou associação ligada as RPPN?
Muitos pensam que a “marca” RPPN Rio das Lontras é uma ONG. Mandam até currículos pedindo emprego. Mas não, somos pessoa física. E só!

Alguma observação que gostaria de comentar?
No dia 21 de setembro de 2007, Dia da Árvore, lançamos no blog da RPPN Rio das Lontras a idéia da criação do "Dia da RPPN"! O tema foi colocado em pauta novamente, tomara logo possamos dar esse grande passo, que vai ser um marco para o movimento.
O objetivo é que a data comemorativa possa representar todo o esforço empregado por todas as pessoas - na sua maioria heróis anônimos - que se dedicam à causa das Reservas Particulares e na busca da preservação da biodiversidade e de um planeta minimamente mais equilibrado. E ainda uma forma de divulgação e fortalecimento institucional das RPPNs.
Também vai ser interessante ter uma logomarca própria, um design que crie uma identificação imediata das RPPNs, sejam as criadas na esfera federal, estadual ou municipal – pois, como sempre diz o sensato ambientalista Beto Mesquita: “RPPN é uma só!”.
Quanto mais conhecido for o nome RPPN, mais portas serão abertas! A iniciativa privada e as Instituições Públicas - em especial as Prefeituras Municipais - poderão ser mais conscientes da importância de uma Unidade de Conservação no município e terem mais cumplicidade, que sejam parceiras fieis, cooperadoras íntimas e comprometidas com a RPPN e com a questão ambiental. O nome RPPN vai ficar mais em evidência e isso é bom e desejável.
Outro projeto que torcermos para ser implantado no Brasil é o “Herdeiros do Planeta”, um lindo programa de conscientização das futuras gerações, um melhor rumo para a nau humana.
Para terminar, citamos o maestro maior Tom Jobim: “...escuta o mato crescer”!

O que você achou sobre a implantação do site?
Uma bela e necessária iniciativa para divulgar, informar e incentivar a criação de novas RPPNs nos mais variados biomas Brasil afora. RPPN não é para todos, tem que ter um perfil próprio para isso. Quanto mais disponibilizar informações, melhor será!
Longa vida ao site, que seja tão perpétuo quanto as RPPNs!