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segunda-feira, 26 de janeiro de 2009

NO MEIO DA ESTRADA HAVIA UM TATU

No meio da estrada havia um Tatu...

... havia um Tatu no meio da estrada...

Voltando de Floripa depois de reuniões do Plano de Manejo da RPPN Rio das Lontras, já tarde da noite na BR 282 em Águas Mornas um Tatu cruzou a estrada. Parei o carro e saí no escuro tentando achá-lo. Ele andava tranquilamente na canaleta ao lado do acostamento, até emitir um pequeno "rosnado" para mim e entrar para o mato.
As fotos não sairam boas porque estava muito escuro e eu disparava a câmera de acordo com o barulho do andar dele, mas ainda assim valeu o registro.


Tatu-galinha (Dasypus novemcinctus)

Descrição – Um representante da família dos tatus é o tatu-galinha. Na região dorsal a carapaça geralmente é formada por 9 bandas móveis, mas pode variar entre 7 e 11. Um pouco maior que o tatu-peludo, mede de 60 a 100cm de comprimento total e pesa de 2,7 a 8kg. O focinho é pontudo e longo, as orelhas são grandes, ovaladas e os olhos são pequenos. A cor geral do corpo é marrom-escura sendo na região lateral a mais clara. A cauda é coberta por placas córneas, comprida e pontuda. Os dedos das mãos têm unhas bem desenvolvidas. A fêmea possui 4 tetas. Como os outros tatus não vê e nem ouve bem, mas seu olfato é bastante aguçado.

Habitat – Vive em regiões florestadas. Raramente ocorre em áreas inundáveis.

Reprodução – Atinge a maturidade sexual por volta de um ano de idade. O período de gestação vai de 120 a 260 dias, nascendo de 4 a 5 filhotes, que permanecem junto a mãe por cerca de 2 meses.

Distribuição geográfica – Todo o Brasil. Do sul dos Estados Unidos até a Argentina, exceto Chile. Ocorre também nas Ilhas Grenada, Margarita, Trinidad e Tobago.

Curiosidades – Constrói a toca geralmente perto de árvores e arbustos. Esta tem várias entradas. Faz o ninho no fundo da mesma, geralmente utilizando folhas e gramíneas. Ao ser perseguido procura alcançar um esconderijo, mas se não consegue, cava um buraco na mesma hora. Utiliza também, como abrigo provisório, a toca de outros tatus. Hábito alimentar principalmente carnívoro; alimenta-se de pequenos vertebrados e também cupins, formigas e vegetais. Costuma mudar seus hábitos de acordo com as estações do ano. No verão sua maior atividade é em horas crepusculares. No inverno é visto com freqüência durante o dia mexendo na terra a procura de comida. Alguns autores afirmam que o sabor da carne desse tatu é excelente e que se parece com a da galinha, daí a origem de seu nome vulgar, não obstante consta na literatura o seguinte:
“A carne tem cheiro desagradável e forte, mas mesmo assim é muito perseguido para fins gastronômicos. Normalmente, as receitas para o cozimento dessa carne, envolvem muitos temperos e refinamentos culinários, a fim de dissimular o seu gosto. Portanto isto comprova que o hábito de caçar não é devido ao sabor da carne; prende-se ao prazer de matar e comer algo diferente” (SILVA, F., 1984). Em viagem para a região oeste do estado, encontramos diversas carapaças desta espécie penduradas em uma cerca numa propriedade situada no Parque Nacional de São Joaquim; a moradora nos informou que seu marido caçava com freqüência este animal, tendo sua carne excelente sabor. O tatu-galinha é comum no estado de Santa Catarina, sendo muito conhecido por moradores da zona rural. Outras espécies de tatu registradas para Santa Catarina são os tatus-de-rabo-mole (Cabassous ssp) e o tatu-mulita (Dasypus septemcinctus), que também são caçados para completar a dieta alimentar e a carapaça é usada como objeto de decoração. Os tatus da família Dasypodidae, são considerados reservatórios das doenças de Chagas e xistosomose e sugeitos a desenvolver a lepra (ALMEIDA, A. V. et al., 1984). Por este fato, é necessário muito cuidado quando em contato com estes animais, principalmente daqueles que fazem uso de sua carne.


Fonte: Mamíferos de Santa Catarina - Ana Verônica Cimardi


terça-feira, 20 de janeiro de 2009

PLANO DE MANEJO - FLORA RPPN RIO DAS LONTRAS

Chegou o momento da pesquisa da flora para o Plano de Manejo da RPPN Rio das Lontras;

E há muito o que pesquisar, que conhecer...

O Engenheiro Florestal mestrando em Engenharia Ambiental Eduardo Brogni formou equipe com o biólogo Raphael Farage Freitas da empresa Prosul e a bolsista Nayara, da Botânica da FURB;

Podão, instrumento usado para coleta de folhas, flores e frutos;

Quando a coleta era muito mais alta que a capacidade do podão usa-se o estilingue;

Aqui Eduardo e Nayara coletando material botânico que será herborizado e incorporado ao herbário da Universidade Regional de Blumenau (FURB);

Mas machucados acontecem, ainda mais em um terreno de mata fechada e topografia acidentada...

... e Nayara não escapou dessa...

... nem de encostar - assim como Eduardo - em Lagartas, que apesar de muito belas podem causar sérios problemas a quem tiver contato com o veneno delas;

E as mais diversas espécies apareceram nos mais variados lugares...

... sendo necessário todos os cuidados ao andar pela mata;

Lagartas que irão um dia se transformar...

... e como belas borboletas ou mariposas vão voar...

... e quem há de negar tamanha beleza?

Mas felizmente Nayara e Eduardo tiveram esse contato na altura das pernas e foram protegidos parcialmente pelo jeans que usavam;

Biodiversidade para todos os lados;

Insetos gigantes, belos e impressionantes;

Vida florescendo como nesse ninho de pássaros...

... alguns tão pequeninos...

... que provavelmente são de alguma espécie de beija-flor;

E aqui uma provável espécie de opilião que aparentemente "sugava" um caramujo;

E um anfíbio, grupo que em breve será pesquisado;

A noite, depois do jantar, Eduardo e Raphael registram dados;

Porque no outro dia mais pesquisas os esperam...

O resultado vai fornecer dados preciosos para a elaboração do Plano de Manejo da RPPN Rio das Lontras;

Eduardo relatou que não houve maiores sustos, como cobras ou acidentes graves, apenas duas pancadas de chuva forte que os pegou em campo...

... e conseguiram cobrir toda a área;

Depois coube à Nayara processar todo material coletado para identificação;

Aqui Raphael posa junto a um majestoso grupo de árvores;

No final do dia um descanso nas pedras do rio, porque ninguém é de ferro...

... e a cachoeira é bem convidativa;

Em dias de enchentes essas pedras ficam debaixo de muita água;

E pensar que esse verdadeiro patrimônio natural corre perigo de secar - assim como diversas cachoeiras Brasil afora - sendo ameaçado com um projeto desviando o rio para a construção de uma Pequena Central Hidrelétrica (PCH)...

... projetos esses que deveriam ter todas as preocupações e cuidados com a biodiversidade;

A modesta e simpática casa onde os pesquisadores ficam abrigados e que já entrou para a história;

Porque é preciso preservar tanta vida! Ao fundo, bem próximo à RPPN Rio das Lontras o Parque Estadual da Serra do Tabuleiro, a maior Unidade de Conservação de Santa Catarina.

Fotos: Equipe de pesquisa/arquivo pessoal RPPN Rio das Lontras

*O Plano de Manejo é um documento técnico que, usando como base os objetivos gerais de uma Unidade de Conservação, estabelece o seu zoneamento e as normas que devem nortear e regular o uso que se faz da área e o manejo dos recursos naturais, inclusive a implementação das estruturas físicas necessárias à gestão da área protegida.

O Plano de Manejo da RPPN Rio das Lontras tem apoio do Programa de Incentivo às RPPN da Mata Atlântica e cooperação-técnica da empresa PROSUL e da Universidade do Vale do Itajaí - UNIVALI.

sexta-feira, 16 de janeiro de 2009

VIVA A MATA

A RPPN Rio das Lontras esteve presente nos últimos anos.
Em 2009 certamente estaremos novamente participando.

VIVA A MATA!





*CONHEÇA O VII EDITAL DO PROGRAMA DE INCENTIVO ÀS RPPN DA MATA ATLÂNTICA: CLIQUE AQUI!

quinta-feira, 15 de janeiro de 2009

MARIPOSA "BATMAN"


Ela apareceu silenciosa, com um jeito misterioso, mas ainda assim simpática e dócil.
O "design" que lembrava uma máscara nos fez batizá-la de "batman".
A pequenina mariposa que entrou em nossa casa numa noite de verão se foi, mas o registro ficou.
Boa sorte, amiguinha!



Fotos: Fernando José Pimentel Teixeira - arquivo pessoal.

domingo, 11 de janeiro de 2009

PLANO DE MANEJO - BIOTA AQUÁTICA

Depois de meses de planejamento começamos os trabalhos de campo do Plano de Manejo da RPPN Rio das Lontras, com o apoio do Programa de Incentivo às RPPN da Mata Atlântica e cooperação técnica da empresa Prosul e Universidade do Vale do Itajaí - UNIVALI - considerada a melhor Universidade do Brasil na área da ciência da natureza - Prêmio Guia do Estudante .


A bela lua apareceu em meio a Mata Atlântica como um presente;

Era o começo dos trabalhos de campo do Plano de Manejo da RPPN Rio das Lontras;


Um belo começo depois de meses de planejamentos e preparos;


A equipe foi capitaneada pelo pesquisador Antônio Carlos Beaumord, Graduado em Oceanologia, Mestre em Ciências Biológicas (Biofísica) e Dourtor em Ecology Evolution and Marine Biology pela University of California Santa Barbara e professor da Universidade do Vale do Itajaí;


Martin Homechin Júnior é Engenheiro Ambiental e desenvolve pesquisas na empresa Ecoaquática;


Moacyr Batilani está no 7º período de biologia na UNIVALI;

Na sombra ao lado do rio Andressa Maria da Silva faz suas anotações e é acadêmica no 8º período de Engenharia Ambiental;


Luíza posa junto ao rio Caldas do Norte e está no 9º período de Engenharia Ambiental.


Aqui Helen Corrêa coleta organismos aquáticos e é acadêmica de biologia no 8º período;


Nos estudos da equipe destacam-se os trabalhos pioneiros sobre indicadores biológicos de integridade ambiental, para vários grupos de organismos aquáticos.


Com as chuvas de verão o rio que margeia a RPPN Rio das Lontras fica volumoso...


...e desce por belas quedas que formam piscinas naturais;


Entre um e outro ponto de coleta algumas caminhadas por trilhas tranquilas;


E Luíza e Andressa continuam "pescando" microalgas e análises da água;


Pequeninos seres são coletados e seguem rumo aos laboratórios para gerarem conhecimento, porque só podemos proteger o que conhecemos;


Em cima das pedras restos de crustáceos que serviram de refeição para outros animais;


A cachoeira sempre muito poderosa e bela;


Do outro lado do rio uma placa da RPPN Rio das Lontras avisa sobre a importância da conservação ambiental;



No terreno vizinho dois perigos para a biodiversidade: Plantação de pinus em área que deveria ser de mata ciliar e portanto protegida por Lei e um projeto de uma Pequena Central Hidrelétrica (PCH), com a construção de uma barragem represando o curso d'água;


Temperatura ambiente e da água, assim como a velocidade da correnteza foram aferidas;


Velocidades da água de 50 a 70 km horários nas margens, temperatura ambiente de 22° e da água de 20,9° foram alguns dos dados coletados;


São números que vão nos ajudar a entender e divulgar a grandeza, a beleza e a importância da preservação da Mata Atlântica.

Fotos: Fernando José Pimentel Teixeira