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quinta-feira, 28 de fevereiro de 2008

Pobre Coxilha Rica

Lorenzo Aldé (na esquerda) quando visitou a RPPN Rio das Lontras para o site O ECO.


Parece que as futuras gerações dificilmente vão saber o que é um revigorante e delicioso banho de cachoeira, seja pela poluição dos nossos rios, seja pelo simples desaparecimento delas pela construção de hidrelétricas onde quer que exista uma queda mais acentuada e um volume considerável d'água.
Até mesmo a bela cachoeira da RPPN Rio das Lontras está com um Projeto Base aprovado na ANEEL, assim como as três outras quedas após ela também.
Lorenzo Aldé é jornalista e nos visitou como Editor-Chefe do site ambiental O Eco. Hoje ele trabalha na
Revista de História da Biblioteca Nacional e escreveu uma bela matéria sobre o assunto:


Pobre Coxilha Rica

Caminho das tropas em Santa Catarina pode ser desfigurado pela construção de oito hidrelétricas.
Lorenzo Aldé

No caminho das tropas, avistam-se as águas. A construção de novas usinas de geração de energia ameaça alterar drasticamente a paisagem da Coxilha Rica, na serra catarinense. A região foi desbravada por tropeiros ainda no século XVIII, servindo de passagem para animais e mantimentos transportados entre a capitania de São Paulo e o Rio Grande do Sul. Aos poucos, alguns viajantes deixaram-se ficar no caminho. Foi um tropeiro o fundador de Lages, principal cidade do planalto serrano.

Quando chegou o século XX, abrindo novas rotas comerciais entre o Sul e o Sudeste, um estranho fenômeno ocorreu: na região das menores temperaturas do Brasil, o tempo congelou-se. Por uma extensão de mais de cem quilômetros, o que se observa na Coxilha Rica são sedes de fazendas centenárias e bem conservadas, ao longo das ruínas dos corredores de taipa, construídos para orientar os tropeiros e facilitar o ajuntamento dos animais. Na divisa com o Rio Grande do Sul, junto ao rio Pelotas, o Passo Santa Vitória, além de ponto de parada das tropas, abrigou um posto de alfândega na época em que as terras gaúchas pertenciam aos espanhóis. Batalhas da revolução Farroupilha também se passaram ali.

O problema é que, em tempos de PAC, os rios serranos viraram sinônimo de energia elétrica. Correndo em vales estreitos e em região pouco habitada, suas águas prometem reservatórios pequenos, muitos megawatts e pequenas indenizações, ou seja, uma geração barata e descomplicada. Mas nem sempre funciona assim. Antes de ser liberada, a usina de Barra Grande enfrentou uma batalha judicial por ignorar, em seu estudo de impacto, a riqueza da Mata Atlântica com araucárias que pretendia alagar. Para a região da Coxilha Rica, estão previstas oito hidrelétricas, sendo sete de pequeno porte (PCHs) e uma grande usina — Pai-querê, em fase de licenciamento. A controvérsia, agora, é não apenas ambiental, mas histórica e cultural.

“Pai-querê vai inundar totalmente o Passo Santa Vitória e as PCHs também vão interferir muito no patrimônio da região. Vão causar um choque muito grande nos ambientes natural e cultural, que se estão preservados até hoje é porque as fazendas guardam praticamente o mesmo modo de vida do século XIX. Estes cento e poucos quilômetros vão virar um canteiro de obras, surgirão vilas operárias, a população vai quadruplicar”, alerta Iáscara Varela, que desde 1995 coordena o grupo Cultura e Desenvolvimento — com especialistas de várias áreas dedicados a pesquisas para a preservação da região de Lages.

Nos últimos anos, em parceria com universidades, foram feitos um mapa georreferenciado dos corredores de taipa, entrevistas com moradores e estudos arquitetônico, arqueológico, ambiental e sócio-econômico da Coxilha Rica. A intenção é motivar o tombamento do patrimônio e estimular propostas para o desenvolvimento sustentável na região. “O testemunho histórico pode ser integrado ao valor turístico, o que já começa a acontecer”, defende o arquiteto e professor Luiz Eduardo Teixeira, da Universidade Federal de Santa Catarina (UFSC). Durante três semanas, ele percorreu com alunos cinco das cerca de trinta sedes de fazenda na Coxilha Rica. Identificaram uma herança ibérica nas construções, e costumes específicos dali, como os jardins de camélias.

Mas todo o trabalho talvez não seja suficiente para evitar a enxurrada de hidrelétricas. De olho nas indenizações, um grupo de fazendeiros criou o Instituto Coxilha Rica, com o objetivo de criar uma Área de Proteção Ambiental (APA) na região. Apesar de soar bem, trata-se da categoria menos rígida de preservação: pode-se liberar as usinas em troca de compensação. A prefeitura de Lages também “está encantada com a possibilidade de ganhar contrapartidas”, nas palavras de Iáscara Varela.

Resta torcer pela ação do Iphan. Em fevereiro de 2007, o presidente do instituto, Luiz Fernando Almeida, mostrou-se impressionado com a riqueza da Coxilha Rica, em sobrevôo de helicóptero pela região. “O Iphan é a única saída que temos. Nossa relação com eles é muito boa. Porém, como qualquer outro órgão público, é lento e essa lentidão pode por em risco a preservação do patrimônio”, diz Iascara.

De fato, apesar de existirem estudos desde 2001, apenas em novembro último foi aberta uma licitação para a criação de um dossiê para “tombamento emergencial” do caminho das tropas. “Temos trabalhado com informações desencontradas sobre o
assunto”, afirma Ulisses Munarim, superintendente regional do Iphan.

Nesse passo, o que era “emergencial” pode acabar mesmo debaixo d’água, junto com a memória do caminho das tropas na serra catarinense.

Fonte: Revista de História da Biblioteca Nacional

sexta-feira, 22 de fevereiro de 2008

IPÊ-AMARELO SOBREVIVE


A natureza, tão castigada pelas ações insanas das mãos humanas, tenta sobreviver como pode, as vezes ela insiste de forma poética, como um insistente grito de socorro, como que mostrando o quanto bela ela é.
A foto mostra um lindo Ipê-amarelo, que foi cortado pelas moto-serras destruidoras, transformado em poste de energia elétrica em Rondônia e, para surpresa de todos, num ato heróico de sobrevivência, criou galhos e floresceu, como um suplício por viver.
A imagem é forte pelo inusitado, pela beleza e poesia, ao mesmo tempo pela tristeza que ela nos remete.

Acho que é uma das cenas mais emblemáticas que vi nos últimos tempos. Um precioso símbolo pela vida!


Foto: Leandro Barcelos
Agradecimentos especiais: Daniel Turi -
Instituto Ibiosfera.


Enchente em Angelina

As chuvas de janeiro causaram enormes estragos em boa parte de Santa Catarina. E a cidade de Angelina não escapou dos alagamentos, queda de barreiras e prejuízos.
Muito disso tudo foi agravado com o desmatamento de encostas, o açoreamento dos rios, a supressão da mata ciliar, as construções em áreas de proteção permanente e falta de planejamento e respeito à natureza.
As imagens valem mais que as palavras:











Fotos: Arquivo pessoal - Beija-Flor

terça-feira, 19 de fevereiro de 2008

Campo dos Padres

O Campo dos Padres é um imenso planalto na Serra Geral, no estado de Santa Catarina, no qual estão localizadas as maiores elevações do estado: o Morro da Boa Vista, com 1828m de altitude, o morro da Bela Vista do Guizoni, com 1.823 m, e o morro da Igreja com 1.822 m, este sendo considerado o ponto habitado mais alto do sul do Brasil. A borda do Campo dos Padres cai verticalmente por cerca de 500m. É no Campo dos Padres que estão as nascentes dos rios Canoas e Tubarão.

Conhecemos ano passado o majestoso Campo dos Padres. Fomos em um sítio de um casal de amigos e ficamos admirados com tanta beleza cênica, grandes paredões cobertos de lindas florestas, riachos gelados e uma atmosfera que lembra a famosa Machu Picchu. O local merece ser preservado, sem nenhuma dúvida. Mas parece que a criação do Parque Estadual Campo dos Padres foi um tiro no pé - ou na própria Mata Atlântica! Como mostra a matéria do site O Eco:


Parque de controvérsias

Bernardo Camara

Em alguns meses, Santa Catarina deve ganhar mais uma unidade de conservação de proteção integral, em seu Planalto Serrano. A previsão do Ministério do Meio Ambiente para o nascimento do Parque Nacional do Campo dos Padres, no entanto, pode ser apenas uma suposição. Após um conturbado processo de apresentação à comunidade, a proposta de criação da UC ainda corre o risco de voltar para a gaveta. Isso porque, segundo locais, “a população tem verdadeiro horror a unidades de conservação”.

O desprezo pelas áreas protegidas não é, necessariamente, sinônimo de aversão à natureza. O motivo que levou setores da sociedade catarinense a buscarem a Justiça contra a criação do parque nacional está no passado. Criado na década de 60, o Parque Nacional de São Joaquim, que abarca terras principalmente de Urubici e Bom Jardim, privou as famílias que ali moravam do uso da terra, e até hoje, a maioria ainda não foi indenizada. O temor é que a história se repita.

“Já se passaram mais de 40 anos desde que o São Joaquim foi criado e apenas nove proprietários foram indenizados. Como vão querer criar outro parque sem terminar o que ainda precisa ser feito?”, questiona Salete Delfina, presidente do Sindicato de Trabalhadores Rurais de Urubici, um dos autores da ação civil pública para tentar anular a proposta do MMA.


No último dia 24, o juiz Julio Schattschneider deu a sentença favorável ao governo federal. Mas a confusão em torno do projeto que pretende abranger 56 mil hectares em campos de altitude prossegue. Os argumentos são sempre olhando para trás. “Os proprietários (do São Joaquim) ficaram proibidos de mexer na terra e ao longo dessas décadas isso só gerou devastação. O que era para ser preservado foi destruído. Os órgãos ambientais não têm bom senso. Geram raiva, não negociação”, critica o biólogo conservacionista Jorge Albuquerque, que preside a ONG catarinense Montanha Viva.

Albuquerque esteve por quatro anos na região do Campo dos Padres, participando de um projeto de estudo da fauna local, e não tem dúvidas de sua importância ecológica. Além de abrigar nascentes de diversos rios, é ali o ponto de maior endemismo da flora catarinense. Em suas andanças, o biólogo conta que foram registradas cerca de 30 espécies de aves de rapina. “É uma área que merece toda a atenção. Tem enorme relevância na conservação das aves de rapina de grande porte, como os gaviões-pega-macaco, gaviões-de-penacho e a águia cinzenta”, enumera.


O problema, diz o especialista, está na forma como os parques têm sido geridos e gerenciados. “Não adianta dizer que é unidade de conservação, virar as costas e ir embora. A população fica solta lá. Sou contra 'parques de papel'”, ironiza, apontando incoerências na política ambiental do governo: “Enquanto de um lado eles autorizam o funcionamento de hidrelétricas em rios como o Pelotas, produzindo imensos lagos que afogaram as poucas áreas com araucárias milenares, por outro lado se esforçam na criação de unidades de conservação para a espécie”.

Desconfiança

O Ministério do Meio Ambiente não acredita que a mobilização de moradores de Urubici e Bom Jardim – principais municípios que o novo parque vai abranger – tenha sido espontânea. Para Emerson de Oliveira, do Departamento de Áreas Protegidas do ministério, houve influência de poderosos. “A ação civil pública foi encabeçada por alguns grandes proprietários da região que manipulam de uma forma geral. Sabe como funciona cidade do interior. Tem jogo de terrorismo”, especula.

Quanto à questão fundiária mal resolvida no passado, o MMA garante que os tempos mudaram. Segundo Oliveira, ninguém precisa se preocupar com a eficácia na gestão do novo parque. “Antigamente se criava UC por se achar bonito ou por mera conveniência. Não se previa recursos para fazer preservação. Agora, com a lei do SNUC (Sistema Nacional de Unidades de Conservação), podemos criar novas unidades dizendo de onde virão os recursos”, afirma, fazendo referência à verba que grandes empreendimentos têm que separar para compensar os estragos ambientais que causam.


“Com essa questão da compensação, estamos conseguindo corrigir passivos de UCs criadas lá atrás, como nesse caso do São Joaquim, que é uma vergonha”, admite. No entanto, ele confessa que as indenizações não serão solucionadas num passe de mágica. “Não vamos ter como resolver toda a questão fundiária de imediato, até porque tem que se fazer um estudo detalhado”, diz, prometendo que este ano mais algumas famílias de São Joaquim finalmente verão a cor do dinheiro.

Na encruzilhada de acusações, também sobra munição contra o governo estadual. Além de endossar a hipótese de manipulação levantada por Oliveira, o biólogo João de Deus Medeiros, da Universidade Federal de Santa Catarina (UFSC), acredita que os grupos contrários às UCs encontram respaldo garantido no governo do estado. “A política do atual governador Luiz Henrique (da Silveira) é claramente contrária não só às UCs, mas a políticas ambientais mais fortes. Tanto é que o governo do estado ainda hoje promove ação pedindo inconstitucionalidade da lei do SNUC”.


Medeiros, que colaborou na formulação da proposta do Campo dos Padres, diz que os estudos iniciais tiveram a participação de diferentes setores. “Quando começaram os estudos, o MMA e o Ibama tentaram fazê-los da forma mais participativa possível, envolvendo entidades ambientalistas, prefeituras e governo do estado. No próprio trabalho de campo teve vários representantes desses setores trabalhando diretamente”, afirma. Segundo o professor, durante este processo não houve críticas.

Elas começaram a aparecer só mais tarde, quando, em sua opinião, os poderosos já haviam matutado uma ofensiva em conjunto.

A Fundação de Meio Ambiente (Fatma), que representa o governo estadual diz que não foi bem assim. Em nota, sua assessoria afirma que “não participou oficialmente da discussão da implantação do Parque Campos dos Padres, por isso não tem uma posição favorável ou contrária sobre o assunto”. Acusada por Medeiros de ter fomentado as críticas entre os moradores, a Empresa de Pesquisa Agropecuária e Extensão Rural de Santa Catarina (Epagri) também esquivou-se. Coordenador de um dos departamentos do Epagri, Hugo Braga afirma que a participação de seus técnicos se resumiu a “abrir porteiras” na região. Braga, porém, não pensou duas vezes em criticar a proposta: “Estão criando uma série de parques sem discussão mais profunda com a comunidade”.

O tempo passa

Caso não haja mais empecilhos pela frente, Emerson de Oliveira prevê que o decreto do novo parque seja assinado em alguns meses. Na proposta inicial, a unidade abrangeria 62 mil hectares de terra. Mas com as discussões, esse número foi reduzido para 56 mil, na tentativa de amenizar os conflitos. “Diminuimos a área justamente porque nas consultas públicas muitos se disseram prejudicados”.

Segundo ele, o MMA aceitou a proposta de tirar sete propriedades dos limites pré-determinados e transformá-las em Reserva Particular de Proteção Natural (RPPN). “Do ponto de vista técnico, o parque está pronto para a criação. O que pode atrasar agora é a questão política. Não duvido que o governador entre no circuito defendendo um ou outro proprietário. Tem gente com mais de cinco mil hectares dentro da área”, afirma.

Enquanto os desentendimentos sobre o parque ecoam pelas ruas de Urubici e Bom Jardim, o Campo dos Padres recebe gradualmente novos visitantes. De um lado, a pecuária extensiva sobe o morro sem impedimentos, não raro degradando importantes nascentes com seu pisoteio. De outro, espécies florestais exóticas, como o pinus, ganham com velocidade os campos que um dia foram de araucárias. E para completar a celeuma no Planalto Serrano catarinense, o fogo não deixa de marcar ponto e lamber o que ainda insiste em ficar de pé.

Foto: Luis - arquivo pessoal.

quinta-feira, 14 de fevereiro de 2008

Desequilíbrio ambiental

Várias notícias sobre encontros de animais silvestres com humanos nos últimos dias chama a atenção. Coincidência? Ou simplesmente um claro indício de desequilíbrio ambiental?

Onça cai em silo de 7 metros em fazenda de Bom Sucesso (MG)

Onça cai em silo de 7 metros em fazenda de Bom Sucesso (MG)

Uma onça parda foi encontrada dentro de um silo de 7 metros de profundidade em uma fazenda na região de Pedra Branca, na cidade de Bom Sucesso, em Minas Gerais, na última terça-feira (12).
Segundo o próprietário da fazenda, Alencar Guimarães Carvalho, o animal devia estar caçando galinhas quando caiu no silo, que está desativado, e servia para armazenar cana.

Suçuarana pode ter caído no silo ao tentar caçar galinhas, segundo o proprietário

Segundo Marco Túlio Faria Nunes, sobrinho do proprietário, o animal está bem agitado, o que dificulta a ação de resgate.

De acordo com o Ibama, a suçuarana será avaliada e depois solta em uma reserva da região. Ainda não há informações sobre o estado de saúde do animal.

Uma galinha foi jogada no silo pelos funcionários da fazenda, para alimentar o felino. Mas ele não mostrou interesse. Na maior parte do tempo, o animal permanece deitado.


Horas depois foi noticiado o resgate:

Técnicos do Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis (Ibama) resgataram, nesta quinta-feira (14), a onça que caiu em um buraco em uma fazenda de Bom Sucesso (MG).

A onça foi encontrada em um fosso que serve como depósito de cana para o gado na terça-feira (12). Agentes do Ibama e da Polícia Ambiental passaram a manhã desta quinta-feira no local. A primeira tentativa de resgate foi aplicar sedativos no animal, mas isso não funcionou. "O silo era muito profundo, não havia ângulo para enviar o sedativo", diz o biólogo e analista ambiental Júnio dos Santos Silva, do Ibama.

A onça só foi retirada depois que os agentes colocaram uma jaula dentro do buraco.

Segundo o Ibama, trata-se de uma fêmea, que tem aproximadamente 40 quilos. Ela vai passar por exames durante a tarde.

Prefeitura recolhe mais de 1,5 mil caranguejos de praia em SC
Secretária diz que banhistas devem ter cuidado para não matar os caranguejos


Animais começaram a aparecer na areia no carnaval.

Milhares de caranguejos chamam a atenção dos banhistas na faixa de areia da Praia Central, em Balneário Camboriú (SC). Os animais começaram a aparecer na praia no fim de semana do carnaval, mas na manhã desta sexta-feira (8), a concentração ficou maior.

Desde quinta-feira (7), as equipes da Secretaria do Meio Ambiente recolheram mais de 1,5 mil caranguejos e os devolveram ao mangue, informou Eduardo Cartamil, diretor do departamento de Desenvolvimento Ambiental.

De acordo com Cartamil, os caranguejos estão sendo deslocados do manguezal, às margens do Rio Camboriú, pela força da correnteza.

Para os especialistas, o principal fator que causa o aparecimento dos caranguejos é o período de acasalamento da espécie. Os caranguejos deixam as galerias e sobem à superfície para a procriação.

A secretária do Meio Ambiente, Carin Dorow, diz que a maioria dos caranguejos está sendo recolhida e devolvida ao mangue. “Os banhistas podem entrar no mar nos locais onde estão os caranguejos, o que pedimos é para que as pessoas não retirem os animais da praia e tomem cuidado para não matá-los”, orienta Carin.


Tamanduá aparece em quintal e vira atração na Bahia

Tamanduá-mirim foi levado para um quarto da casa, antes de ser resgatado (Foto: Reprodução/TV Bahia)

Moradores alimentaram animal com pedaços de madeira com cupim.
Segundo o Ibama, tamanduá será levado para Centro de Triagem de Animais Silvestres.

Um tamanduá foi encontrado no quintal de uma casa em Irará (BA) na quarta-feira (13). De acordo com os moradores da região, o animal não aparentava ter sinais de ferimento.

O Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis (Ibama) foi comunicado do aparecimento do animal e resgatou o tamanduá na manhã de quinta-feira (14).

Antes disso, o animal foi levado para um quarto, onde ganhou água e pedaços de madeira com cupim.

O tamanduá virou atração na vizinhança. Os moradores afirmam que ele tinha um comportamento tranqüilo e parecia não estranhar o local.

O Ibama informou que o tamanduá será levado para o Centro de Triagem de Animais Silvestres.


Lobo-guará é encontrado em mercearia de Uberaba

Casal prendeu animal até a chegada da polícia.
Depois de ser avaliado por veterinário, lobo-guará foi solto em uma mata da região.

Um lobo-guará adulto apareceu, na manhã desta quarta-feira (13), em uma mercearia de Uberaba (MG). O comerciante e a mulher encontraram o animal e conseguiram deixá-lo preso até a chegada da Polícia do Meio Ambiente.

O animal foi levado pela polícia a um hospital veterinário na cidade. O lobo foi avaliado por um especialista e passa bem.

Segundo a Polícia do Meio Ambiente, o lobo-guará já foi solto em uma mata na região.

Veja vídeo do Lobo-guará aqui.

E para terminar, uma notícia que não fala diretamente de nenhum animal, mas chama a atenção pelo bizarro:


Lama na praia:



Estudante caminha na lama na praia do Cassino (RS); a ressaca provocada por um ciclone extratropical fez o mar recuar 100 m, e seis surfistas tiveram de ser socorridos por estarem atolados na lama e não conseguirem voltar até a praia.

Fontes: UOL Notícias e G1.

quarta-feira, 13 de fevereiro de 2008

Faces na Floresta


Belo presente:

Recebemos por correio em casa, um pouco antes do Natal, o livro Faces na Floresta, de Karen B. Strier. Quem enviou esse belo presente foi a Sociedade Para Preservação do Muriqui, da cidade mineira de Caratinga, berço de alguns brasileiros famosos, como o cartunista e artista gráfico Ziraldo, o jornalista e escritor Ruy Castro e a economista global Miriam Leitão.
Curiosamente a publicação foi lançada primeiramente em inglês, em 1992. Somente em 2007 veio a versão em português.


A pesquisadora Karen B. Strier, autora de "Faces na Floresta".

O livro aborda dados científicos dos Muriquis, ou Mono-carvoeiro, o maior primata americano, só encontrado na tão devastada Mata Atlântica - e por isso mesmo altamente ameaçado pela destruição e fragmentação do habitat e também pela atividade de caça - e é também o maior mamífero endêmico do território brasileiro - os machos podem atingir até 15 kg.

Eles eram encontrados do sul da Bahia até São Paulo, incluindo os Estados do Espírito Santo, Minas Gerais e Rio de Janeiro, com possibilidades de ocorrência de algumas populações no norte do Paraná. A espécie ocupa hoje matas ombrófilas densas da região costeira e também florestas semidecíduas do interior, principalmente nos Estados de Minas Gerais e São Paulo.

O isolamento das populações em fragmentos de tamanho reduzido poderá levar a problemas de depressão por consangüinidade no futuro próximo, além do risco de acidentes demográficos e catástrofes locais, principalmente nas populações do norte a partir do Estado de São Paulo.

Os Muriquis são macacos ágeis e se movem pelo dossel das árvores.

O prefácio do livro foi escrito pela jornalista Miriam Leitão, que conta a história do Sr. Feliciano Miguel Abdala, que viajava com o pai libanês como tropeiro pelo interior de Minas Gerais na década de 1940. Época que ainda se encontrava na região extensas áreas cobertas pela maravilhosa Mata Atlântica.

"Seu Feliciano" protegeu a floresta e os Muriquis até sua morte aos 90 anos.

E numa dessas viagens, Feliciano fez uma proposta para comprar as terras do "seu Benzinho", provavelmente um ambientalista de primeira mão, pois avisou que venderia a fazenda se o novo proprietário se comprometesse a manter as áreas de floresta que cobriam boa parte do terreno em pé.
Promessa cumprida por toda uma vida, começando numa época em que derrubar a mata era quase que uma obrigação e culminando no que é hoje a RPPN Miguel Abdala.


A imagem de satélite mostra no centro a RPPN Feliciano Abdala e como a região foi castigada pela fúria insana do desmatamento, muitas vezes incentivado e subsidiado pelo Governo.

E no meio dessa mata preservada encontram-se grupos dos belos e ameaçados Muriquis, até então pouquíssimo estudados. Karen conta sobre seus anos de estudos e boa parte da história feita por pessoas devotadas que possibilitaram conhecermos esses fascinantes - e muito mais antigos - moradores da Mata Atlântica.


O comportamento amistoso e pacífico dos Muriquis surpreendeu os pesquisadores. Certamente podemos aprender muito com eles.

Agradecimentos especiais: Thaiany Maira Martins Silva - Sociedade Para Preservação do Muriqui

Os Jacarés de Floripa


Jacaré no asfalto

Fernanda Martorano Menegotto*

07.02.2008

Todos os dias, lá estão eles. Encobertos pela água até os olhos ou caminhando lentamente sobre a mata enlameada a procura de alimento. A vendedora Luciana Vaz avista sem dificuldade o movimento da família de jacarés do papo-amarelo por um córrego às margens da Avenida Beira-Mar Norte, área nobre de Florianópolis. Os novos visitantes passam em frente ao shopping em que ela trabalha. “Toda vez que os bichinhos aparecem para tomar sol é uma festa”, conta. Verdade seja dita: apenas os desavisados deixam de perceber esses animais de quase dois metros de comprimento.

Os jacarés do papo-amarelo são nativos das florestas tropicais da América do Sul. Conhecida cientificamente por Caiman latirostris, a espécie consta na lista do Ibama dos ameaçados de extinção. Rodeada por mangues e pela vegetação de restinga, a Ilha de Santa Catarina abriga uma pequena população. O ponto é que, nos últimos anos, os animais ficaram mais visíveis ao homem com o crescimento urbano sobre as áreas naturais remanescentes de manguezal e restinga. Não por acaso a construção do shopping na Beira-Mar Norte sofreu represália durante meses seguidos, foi objeto de um extenso embate judicial. O Ministério Público havia solicitado o embargo das obras por entender que eram executadas em áreas de proteção permanente. “Houve nessa época todo um questionamento, já que a região está no limite entre manguezal e banhado salino. O projeto só vingou depois de modificações e novos estudos. A área de mangue liberada para construir já era descaracterizada.”, conta o biólogo João Medeiros. Hoje, os jacarés encontrados nas redondezas do centro comercial circulam pelos trechos preservados entre o Parque do Manguezal do Itacorubi e o Parque do Jacaré.

Mas a devastação no entorno é cada vez maior. Os cerca de oitenta mil moradores da Bacia do Itacorubi sentem os efeitos da degradação sistemática do manguezal. “As valas ficam entupidas de barro e lixo, o que aumenta o risco de enchentes”, diz o presidente da Associação dos Moradores do Bairro de Santa Mônica, Ênio Lima. A Câmara dos Vereadores está discutindo uma moratória para novas construções em toda a Bacia do Itacorubi, na esteira dos debates de um novo Plano Diretor. Um morador que preferiu não se identificar desabafa: “O mangue vai morrer e ninguém faz nada”. A Floram, órgão ambiental do município, informou através da assessoria que os fiscais já estão monitorando o problema e também apostam na ação integrada da sociedade. O professor da UFSC critica a gestão da Floram. “Deixa a desejar. Há muito trabalho por fazer, a começar pelas unidades de conservação. Estão fora dos padrões da legislação”.

De shopping a clube de elite

A boa notícia é que pelo menos os jacarés conseguem resistir a lixo e esgoto. “A espécie tem uma capacidade de adaptação espetacular, ao contrário de outras”. Por isso, aparecem em todas as zonas de mangue e restinga da cidade. Há pouco tempo um deles mergulhou no açude de um clube de Jurerê Internacional, no lado oposto da ilha. “O bicho deve ter saído do mangue e entrou na água. A turma ficou apavorada”, conta Apoena Figueroa, agrônomo e chefe da Estação Ecológica de Carijós. O especialista ressalta que a existe muito desconhecimento em relação ao animal. “As pessoas acham que ele é do capeta e sai mordendo gente. E não é nada disso”, pondera. O jacaré-do-papo-amarelo tem um comportamento defensivo e procura se afastar na presença do homem. Cabe aos curiosos estabelecer limites. "Não dá para mexer com a fêmea quando ela está cuidando dos ninhos. Atacar só será uma atitude de proteção". Dar comida também não pode. "O jacaré nunca come quando está chocando. Alimentá-lo vai fazer com que se acomode e não busque comida para os filhotes. Muitos acabam morrendo por causa disso”.

Na praia da Daniela, os moradores já se acostumaram a encontrar um jacaré no quintal, na calçada e até dentro de casa. A ‘jacaroa’ Zenóbia não assusta mais ninguém quando resolve andar calmamente pelo asfalto. Célio de Luca vive há anos na região e gosta da companhia. “Ela não machuca ninguém”, diz. A mulher dele, Tânia, nem tanto - jura que a Zenóbia engoliu o cachorro dela.

Mas o que explica, de fato, tantos jacarés à vista? Para João Medeiros eles ocupam o mesmo lugar de sempre na cidade. "Foi o homem que invadiu a zona do jacaré. Andar, pegar sol, sair do mangue? Ele sempre fez isso". O biólogo ainda constatou uma mudança de comportamento decisiva para a manutenção da espécie. "Anos atrás, as pessoas matavam o animalzinho. Hoje em dia a postura é diferente. Ninguém sai matando". De todo jeito, os ambientalistas reforçam as preocupações. Medeiros faz um apelo para medidas longo de prazo. "A cidade continua se expandindo, mesmo com uma série de problemas de alternamento urbano. Não só os jacarés, mas as áreas mais sensíveis vão sofrer os efeitos da ocupação desordenada.”


* Fernanda Menegotto nasceu em Florianópolis e é jornalista no Rio de Janeiro.

FONTE: O ECO

segunda-feira, 11 de fevereiro de 2008

RPPN em Buriti dos Cavalos

Inscrições rupestres em Buriti dos Cavalos


Reunião define novo destino turístico no Piauí

O secretário estadual do Turismo (Setur), Sílvio Leite, e o presidente da Empresa de Turismo do Piauí (Piemtur), Patrocínio Paes Landim, comandaram em Piripiri, na tarde desta sexta-feira (08), reunião fundamental à criação de mais um destino turístico promissor para o Estado. Trata-se do Buriti dos Cavalos, uma propriedade particular na zona rural de Piripiri (165 quilômetros ao norte de Teresina) repleta de exuberantes formações rochosas, sítios arqueológicos com vasto material rupestre, riachos, cachoeiras e trilhas perfeitas para turismo de aventura e prática de esportes radicais.

A reunião ocorreu no auditório do Departamento Nacional de Obras Contra as Secas (DNOCS), no Perímetro Irrigado Caldeirão, com a participação de representantes de órgãos dos governos federal e estadual, como do Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e Recursos Naturais Renováveis (Ibama), DNOCS, Banco do Nordeste do Brasil (BNB), Instituto de Assistência e Previdência do Estado do Piauí (Iapep), Instituto de Assistência Técnica e Extensão Rural (Emater), Secretaria Estadual da Educação e Cultura (Seduc), além de militantes ecológicos, profissionais de imprensa e proprietários da área.

“Com tanta variedade natural, esse lugar pode ser considerado um shopping ecológico”, descreveu o secretário Sílvio Leite, que conheceu o local em setembro do ano passado, a convite da Prefeitura do município. Desde então, vem - juntamente com o presidente da Piemtur - arregimentando parceiros no Governo Federal, iniciativa privada, organizações não-governamentais (ONGs) e familiares da propriedade, com vistas à criação da Reserva Particular do Patrimônio Natural (RPPN).

A RPPN é uma modalidade de Unidade de Conservação Nacional (UCN) na qual o proprietário decide sua forma de exploração e delimita a área a ser englobada para atividades educacionais, esportivas, culturais, turísticas, estudos científicos e, principalmente, cria alternativas de utilização econômica, considerando irreversivelmente as normas e regras específicas ditadas pela legislação ambiental. O ecoturismo é, invariavelmente, a alternativa mais vantajosa para ser trabalhada nesse tipo de UCN. Entre outras vantagens, uma RPPN, além de congregar esforços de conservação da natureza, permite aos proprietários a elaboração de projetos com autorização do órgão ambiental competente e concessão de créditos para investimentos.

A intenção de transformar Buriti dos Cavalos em uma UCN existe desde a primeira metade da década de 1990. Naquela época, a Fundação Ecológica de Piripiri (Funep), presidida pelo ambientalista Pádua Rodrigues, fez um levantamento de área, divulgou o patrimônio geológico e deu o pontapé inicial. A ação concreta, porém, ocorreu em setembro do ano passado, quando o Sílvio Leite esteve no local, acompanhado do engenheiro Geraldo Lustosa, da Prefeitura de Piripiri.

Na reunião, o secretário manteve contato com o proprietário do Buriti dos Cavalos, Tomás Pinto do Nascimento - juntamente com seus familiares - repassando orientações e oferecendo a logística da Setur e da Piemtur para a formulação de um projeto de criação da RPPN. Nesse período, Sílvio Leite e Patrocínio Landim procuraram apoio do BNB e do Ibama para, respectivamente, acertar sua participação no suporte financeiro e legal do projeto.

“Esses dois órgãos do Governo Federal estão sendo parceiros fundamentais à consecução desse grande investimento turístico para Piripiri”, comentou Sílvio Leite, ressaltando que nunca uma ação fora desenvolvida com tanta agilidade desde o dia em que assumiu a pasta do Turismo, no ano passado. Ele se referiu ao fato de a família Pinto do Nascimento já ter criado, em apenas quatro meses, a Associação de Produção em Agroecologia Familiar Buriti dos Cavalos, e encaminhado ao Instituto Chico Mendes projeto de criação da RPPN.

O superintendente do Ibama e responsável pelo Instituto Chico Mendes no Piauí, Romildo Mafra, esteve presente à reunião e afirmou que vai dar toda a celeridade ao processo de implantação da RPPN no Buriti dos Cavalos. Também participou do encontro o superintendente regional do BNB, Agostinho Neto. Ele disse que o banco acompanha as discussões através da equipe de Piripiri e superintendência regional, e, no momento oportuno, vai disponibilizar, na forma da lei, as linhas de financiamento compatíveis ao empreendimento, dentre as quais, o Pronaf (Programa Nacional de Agricultura Familiar) e Proatur (Programa de Apoio ao Turismo).

Fonte: Canal 13
Foto: Portal O Dia

Nota do Blog: Vale sempre lembrar que a Legislação prevê que as RPPN são consideradas - de fato - unidades de conservação de uso indireto, ou de proteção integral, cujo maior objetivo é conservar a diversidade biológica. Como essas áreas têm como objetivo "a proteção dos recursos ambientais representativos da região", as atividades que ali podem ser desenvolvidas devem ter "cunho científico, cultural, educacional, recreativo e de lazer. As restrições de uso visam assegurar a conservação do meio ambiente na área.

domingo, 10 de fevereiro de 2008

Diz aí Sr. Presidente



E o nosso Presidente Lula disse que os plantadores de soja, pecuaristas e sem-terra não são os culpados do desmatamento da Amazônia.
E mais: "...é apenas uma coceira".

"A gente não pode culpar soja, feijão, gado, sem-terra, não pode culpar ninguém antes de a gente investigar o que aconteceu” - Lula questionando análises da própria Ministra Marina Silva.

Então fica a pergunta: De quem é a culpa então Sr. Presidente?


Caricatura: Baptistão.

sábado, 2 de fevereiro de 2008

Chuvas em Santa Catarina

Impressionante imagem da quantidade de água numa cachoeira em Joinville, norte do estado. Foto: Cléber Gomes.

Foram praticamente três semanas de chuvas contínuas. Até que no último dia de janeiro a coisa apertou e choveu mais intensamente em toda a Grande Florianópolis e litoral catarinense. O resultado foi catastrófico: deslizamentos, alagamentos, desabrigados, destruição.

Em Angelina ficamos sem energia elétrica por horas. Telefone idem. Barreiras caíram. As estradas ficaram interditadas para todos os lados e os moradores ficaram ao menos um dia inteiro ilhados. Não havia saída da cidade. A retransmissora da RBS TV (Globo) saiu do ar por queda de postes.

Saímos de casa apenas no dia seguinte e o que vimos foi muito triste: encostas inteiras desabaram, criando línguas de devastação em meio as matas. Uma obra absurda de terraplanagem - que tinha sido embargada pela Polícia Ambiental e ainda assim foi finalizada -acabou ocasionando no centro da cidade um deslizamento que condenou ao menos duas casas e criou desabrigados de uma hora para outra. Prejuízos por todos os lados.


Imagem do DC mostra perdas em Brusque. Mas notem a mata atrás e a encosta mexida: Mais que previsível! Foto: Gilmar de Souza.

O pior disso tudo é sabermos que tudo era evitável. Se a ganância e ignorância humana não construísse ao lado dos rios, não houvesse supressão da mata ciliar e obras estúpidas que removem morros, aterram córregos, desviam cursos d'água, criam erosões e assoreamento nos rios.

Assista abaixo matéria da RBS TV mostrando os estragos na capital catarinense as vésperas do carnaval. E lá vai o povo beber, pular e dançar como todos os anos.

Veja aqui imagens dos estragos das chuvas