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terça-feira, 29 de janeiro de 2008

Eike Batista


Eike Batista é empresário mas ficou mais conhecido por ter sido casado com a ex-modelo Luma de Oliveira - ficou principalmente em evidencia quando ela desfilou no carnaval usando uma coleira com o nome dele.

Agora a mídia volta as atenções para ele não por causa de sua companhia feminina, mas por ele estar alardeando aos quatro ventos que é atualmente a pessoa com a maior fortuna do país. E não é por pouco, pois o valor anunciado é para desbancar muitos Antônio Ermírio de Moraes da vida, e por muitas vezes por sinal. Aliás, multiplicar parece ser uma obsessão do empresário, que usa o símbolo "X" em suas empresas, tal como Tio Patinhas usava o símbolo "$" nas histórias em quadrinhos. Só falta ele ter uma "moedinha da sorte", como o personagem de Walt Disney, que incorpora o pior da essência do capitalismo selvagem, do lucro a qualquer custo, do acúmulo de riqueza a custa da exploração de vidas e do meio ambiente.

E a comparação parece bem justa quando se é noticiado que o grupo de Eike comprou terras sem fim na região de Peruíbe, no litoral sul paulista, para lá construir um mega empreendimento, um complexo portuário na porta do maior remanescente da destruída Mata Atlântica, a Juréia!

A história vai da construção de uma ilha artificial, drenagem de quilômetros e quilômetros do fundo do mar, supressão de Matas de Restinga, até mesmo a remoção de uma aldeia indígena inteira. Leia mais no Pitacos da Lontra.

E o sr. Batista destila números: 16,6 Bilhões de dólares é o montante de sua fortuna pessoal. E é de se fazer contas, afinal, trata-se em Reais de 29.564.600.000, ou 29 bilhões e 564 milhões de reais.

Fica difícil imaginar o que se pode fazer com valores como esse. Só para comparação, o Governo Federal arrancou os cabelos quando perdeu a arrecadação da CPMF, algo em torno de 40 bilhões de reais.

E o que daria para se fazer com essa fortuna para o meio ambiente? Se o cara surtasse para o bem e resolvesse comprar terras para conservação? Se comprasse grande extensões a 2 mil reais por hectare ele compraria 14 milhões,782 mil e 300 hectares...

Claro que isso é apenas um devaneio, mas loucura mesmo é querer construir um complexo portuário imensamente destruidor numa região que abriga o maior remanescente da tão devastada Mata Atlântica.

Leia mais sobre o "cidadão Kane" tupiniquim no
O Estado.

sexta-feira, 25 de janeiro de 2008

Valdir Agostinho: Arte na Ilha

Encontro com o Artista Plástico Valdir Agostinho.

Rio Vermelho
(Valdir Agostinho)

O rio que corre é o mesmo rio que morre
ninguém socorre ninguém quer me ajudar

Tinha manguezal, criação de espécie rara
para lá na Guaciara a fonte da criação
No piscar de olho tá tudo aterrado
Meu coração sufocado premoniza a extinção
Perdendo amor ao chão é como quem não tem mais fé
A extinção da pesca é a mesma do Mané

Eis o ciclano que não quis o meu conselho
Foi morar no Rio Vermelho nem sabe se explicar
Essa história só por um carro vermelho
Que não tinha nem espelho e não pode retornar

O rio que corre é o mesmo rio que morre
ninguém socorre ninguém quer me ajudar

Na última segunda-feira seguimos para Floripa. A noite estive em mais uma reunião do grupo Conselho do Leitor do Jornal Hora de Santa Catarina, presidida pelo Editor-Chefe Giancarlo Baraúna. E foi um prazer ouvir uma pequena palestra do colunista Valdir Agostinho – acompanhado de seu “Ghost Writer”, o jornalista Ronaldo Bittencourt, que o incentivou na música e auxilia na produção da coluna “Mané Gaivota”, uma das mais lidas do jornal.


Registro interessante: a cabeça de Valdir move-se como seus pensamentos...

Valdir é o que se pode chamar de multimídia: artista plástico, músico, poeta, comunicador, ecologista... Ele começou sua fala contando de sua origem simples, numa família de numerosa e tradicional de pescadores da Barra da Lagoa, em Florianópolis. Logo resolveu sair da então distante e pacata comunidade para ir trabalhar no centro da capital. Foi frentista de posto de gasolina, mas sua determinação fez ele encontrar e trabalhar com o maior colunista da época – e talvez até hoje – de Santa Catarina: Beto Stodieck. Fazia pandorgas, pequenas, grandes, em miniaturas, coloridas, temáticas, e assim nasceu uma carreira nas artes plásticas. Desenvolveu seu trabalho com reciclagem e ganhou notoriedade, conquistando diversos prêmios (veja abaixo alguns deles). Hoje acha que a reciclagem já não dá conta da absurda quantidade de lixo produzido pelos seres humanos.


As reuniões do Conselho do Leitor do Jornal Hora de Santa Catarina sempre contam com um bate-papo com um de seus colunistas.

Pisciano, é um autêntico manezinho da Ilha e contou como lamentavelmente a tradição açoriana está se perdendo frente ao crescimento desordenado e a especulação imobiliária de Floripa. Lúcido em suas posições, não acumula bens, não possui aparelhos eletrônicos caros, nem mesmo computador e nem os deseja: “...para quê? Para me roubarem?”. Fica pasmo com a violência cada vez mais presente e gratuita: “...antes havia uma história por trás da desgraça, hoje nem isso acontece mais...”. É totalmente contra a farra do boi e considera a "tradição" uma barbárie.


Valdir contou histórias curiosas e pautadas pelo bom humor.


Defende com veemência a necessidade das Artes Plásticas serem matéria obrigatória nas escolas e com conteúdo sofisticado por ser essencial na vida das pessoas.
E mesmo com todo o sucesso e reconhecimento contou da dificuldade dos familiares em aceitarem sua profissão – aliás, ela conta que é a melhor que existe, já que está de férias na Barra da Lagoa há trinta anos – apesar de que hoje o admiram por aparecer constantemente na mídia.
Diria que Valdir não é otimista nem pessimista, é muito além disso, é um realista, sonhador, idealizador, criador e sensível à vida e sua nuances, um cronista de sua época – mesmo que esteja a frente dela - e uma antena que capta os movimentos sociais e os transforma em arte. Pena que seja um espécime raro.



Valdir Agostinho mostrou muita lucidez e coerência. Um grande expoente da cultura açoriana!

Valdir Agostinho acumula em seu currículo, além das artes plásticas, a música e a poesia. Seu trabalho é inspirado nas tradições açorianas, predominantes em Florianópolis, e são feitas de material reciclável. O artista é um ferrenho difusor do reaproveitamento do lixo, transformando-o em arte.

Alguns e prêmios títulos do artista:


*Prêmio Fiat em Artes Plásticas 1990
*Artista "Hors Concour" Festival Nacional da Pandorga
*Artista "Hors Concour" de Fantasias Carnavalescas de Florianópolis
*Capa do Catálogo Telefônico da Grande Florianópolis 1990/91
*Prêmio Cultura Viva *Exposições em Buenos Aires e França
*Títulos como Troféu Manezinho da Ilha
*Troféu Brasil Telecom Gente que Faz
*Troféu Poeta Zininho

Abaixo uma apresentação do artista que vale conferir!






* Fotos gentilmente cedidas por Suélen Victoria - Jornal Hora de Santa Catarina

domingo, 20 de janeiro de 2008

Impressões da natureza: Capivara

Capivaras (Hidrochaeris hidrocaeris)

Descrição: Com comprimento total de 100 cm a 30 m, chega a pesar de 27 a 70 kg; pode chagar aos 80 kg. É o maior roedor do mundo! O corpo é gordo e pesado com pernas relativamente curtas. A cauda é tão pequena que parece não existir. Os dedos possuem unhas grossas semelhantes a cascos e entre eles existe uma membrana natatória, que é curta. As orelhas e os olhos são relativamente pequenos e localizados no alto da cabeça e, quando a capivara está dentro d’água, estes ficam acima da superfície. Há muita variação individual quanto a cor da pelagem. A coloração geral do corpo é normalmente marrom-avermelhada, com a região ventral marrom-amarelada. Não há dimorfismo sexual acentuado, mas o macho adulto possui na região do focinho um acúmulo de glândulas sebáceas formando um pequeno intumescimento de cor preta e sem pêlos. A fêmea tem seis pares de tetas.

Habitat: Áreas florestadas e campos. Nestes ambientes vive nas proximidades de rios, lagos e lagoas que possuam vegetação marginal. Freqüenta também regiões de banhado.

Reprodução: Com idade de aproximadamente 1 ano e meio já pode reproduzir. A fêmea procria geralmente uma vez por ano. O período de gestação é de 5 meses. Em cada parto nascem em média 4 filhotes já bem desenvolvidos, com o corpo coberto de pêlos e os olhos abertos. A mãe lhes fornece leite durante 4 meses.

Distribuição geográfica: Todo o Brasil. Do Panamá até a Argentina, exceto Chile.



Hábitos: É animal pacífico e quieto. Tem hábitos diurnos e crepusculares, mas é no final da manhã e tarde que está mais ativo., onde fica comendo plantas aquáticas e outros vegetais que lhe servem de alimento. Também costuma freqüentar plantações de milho, arroz e cana-de-açúcar e às vezes, quando em grande número, chega a causar prejuízos. Gosta de permanecer embaixo de arbustos quando está repousando. Aprecia muito ficar dentro d’água. Inclusive é nesse ambiente que quase sempre faz a cópula. Possui inimigos naturais como pumas, onças e jacarés, além de aves como gaviões que atacam filhotes. Sua presença é fácil de ser notada através das fezes em forma de “pelotas cilíndricas, alongadas com extremidades afiladas, de cor verde quando frescas” (Silva, F., 1984). São evidentes também as pegadas e as marcas deixadas nas cascas de árvores que ficam roídas e sujas de barro pelo costume de se esfregarem. O macho adulto marca território com a secreção da glândula supranasal. Vive em grupos de 8 a 16 indivíduos, ou mais, formados por machos, fêmeas de várias idades e filhotes. Emite sons para reunir o grupo ou como alerta. Ao sentir-se ameaçada procura refugiar-se na água, nadando e mergulhando com bastante habilidade. Pode ficar submersa por até 10 minutos. Vive em média 8 a 12 anos. Apesar de ter sido perseguida pelo homem para obtenção de sua pele, carne e gordura e por invadir plantações, conseguiu sobreviver. No estado de Santa Catarina já não é tão freqüente e até mesmo desapareceu de algumas regiões onde outrora habitava, como no município de Palhoça, próximo a capital Florianópolis, onde era tão abundante que os rio Capivari têm a origem de seus nomes ligada a presença de muitas capivaras que haviam no local.

Fonte: Mamíferos de Santa Catarina - Ana Verônica Cimardi
Foto: Armadilha fotográfica.

domingo, 13 de janeiro de 2008

SUPER PAPO: Adam Werbach


A revista Superinteressante deste mês traz uma entrevista com o ambientalista Adam Werbach, que merece ser lida:


Adam Werbach, ex-presidente da Sierra Club, a organização de defesa do ambiente mais antiga nos Estados Unidos, declarou guerra, desde 2004, ao modo de actuação das organizações ambientais. Apesar das acções imaginativas produzirem bons resultados mediáticos, o ambientalista acredita que essa estratégia é curta para alterar as mentalidades e os modos de vida das populações. É preciso maior aproximação e maior compromisso.

Super Papo
Conversas Bacanas

Ecologia como auto-ajuda
O ambientalista Adam Werbach conta por que foi trabalhar para grandes empresas e afirma: Lutar pelo planeta é lutar para melhorar a própria vida.
Por Pedro Burgos

Até comparecer a um jantar no fim de 2004, Adam Werbach era o rosto mais emblemático do movimento ambientalista americano: jovem, cheio de energia e radical. Até que, diante de 250 dos mais importantes ambientalistas dos EUA, ele fez um discurso de 31 páginas que deixou a platéia boquiaberta. “Quem acha que nosso trabalho é proteger ‘coisas’, como parques e árvores não entende nada”, disse. “Que tal pararmos de tratar o aquecimento global como problema ambiental e falarmos de suas oportunidades econômicas?”.
Werbach considera que o discurso foi um marco do amadurecimento de Werbach – para a maioria da audiência, porém, foi o dia em que ele virou a casaca. Não que tenha se distanciado demais dos amigos – ainda é um dos 6 conselheiros mundiais do Greenpeace. Mas agora prefere agir a seu modo: trabalha junto de megacorporações, justamente as mais poluidoras, como o Wal-Mart. Para ele, em vez de propor taxas e multas pela emissão de carbono, o melhor é tentar mudar hábitos de quem trabalha nessas empresas. Em entrevista á Super, ele afirma que o caminho para a felicidade pessoal passa pelo cuidado ecológico. Uma espécie de auto-ajuda ambiental.


Por que você resolveu sair do ambientalismo tradicional para trabalhar em uma megacorporação como a Wal-Mart?
O Wal-Mart colocou para si mesmo ambiciosos objetivos sustentáveis – usar 100% de energia renovável, tratar todo o lixo, vender mais produtos verdes. A única maneira de tornar isso realidade é fazer com que todas as pessoas que trabalham na empresa se sintam parte da missão. Eu achei que poderia ajudá-los. O que fazermos é desenvolver para cada funcionário um “Projeto de Sustentabilidade Pessoal” (PSP) onde cada um, se quiser, tem uma chance de realizar práticas mais sustentáveis.

Entre esses objetivos pessoais a que você se refere estão fumar, reduzir peso...O que isso tem a ver com o ambiente?
Para a maioria das pessoas, quando você fala de sustentabilidade pessoal, elas vão primeiro pensar em si próprias. Essa é a base do nosso pensamento. A partir de pequenas ações do dia-a-dia, elas vão procurar formas de resolver os grandes problemas do planeta. Faz sentido, por exemplo, começar a pensar em passar mais tempo com sua família seguindo o raciocínio “eu não posso pensar em aquecimento global enquanto não passar mais tempo com meu filho”. Precisamos prestar a atenção nessas prioridades.

Uma espécie de auto-ajuda ecológica?
O movimento que estou envolvido é o da sustentabilidade, onde as pessoas estão no centro. É um conceito mais amplo que o de ambiente. A sustentabilidade é uma boa moldura para pensarmos como lidar com os desafios da nossa vida. Uma vez que começa a, por exemplo, desligar luzes e aparelhos eletrônicos de sua casa antes de sair, começa a estabelecer ordem na sua vida, nos problemas que tem. Se eu conseguir me disciplinar para reciclar uma lata toda vez que eu bebo, vou prestar mais atenção no que como. Parar de fumar ou perder peso são ótimos jeitos de lutar por um mundo sustentável. Nós estamos destruindo o planeta, e esse tipo de comportamento nem ao menos nos faz felizes. É só você ver quanto mais feliz você está ficando por quilo de carbono consumido.

É possível fazer essa conta?
Sim. Governos ou ativistas não podem fazer essa conta, mas cada indivíduo sim. Veja o caso dos países historicamente poluidores, como os da Europa. Há um bocado de gente rica e descontente. A questão não é se vamos piorar nossa qualidade de vida, mas como melhorá-la sem usar a desculpa do carbono como razão disso.

Você começou a se diferenciar do movimento quando criticou os ambientalistas por chamarem o aquecimento global de um “problema de poluição”. O que a de errado nisso?
Para combater a poluição, você faz pressão para que sejam aprovadas as leis que proíbem algum tipo de emissão, e as pessoas e empresas são obrigadas a parar de emitir. A questão do aquecimento global é outra história, é onipresente, está em todas as partes da economia, em tudo que fazemos, no transporte, nas construções, na agricultura... Quando se fala de poluição, há tipos específicos de táticas e ferramentas que não são usadas de maneira efetiva. Precisamos pensar o problema como um todo, já que é necessário reescrever totalmente a economia, “descarbonizar” o mundo.

Alguns de seus companheiros antigos dizem que você mudou de lado, indo trabalhar em uma empresa grande. O que você acha disso?
Trocar de lado é forte. Eu não o fiz. É uma visão muito pequena pensar no mundo como uma luta do bem contra o mal. A questão mais importante é saber como fazer as mudanças e como colocar as grandes instituições, mais influentes, trabalhando na mesma direção.

As empresas também estão enxergando o aquecimento global como uma oportunidade comercial?
Sim, há uma enorme variedade de oportunidades. Um emergente mercado de produtos que vão de orgânicos a qualquer um que tenha a etiqueta de “verde”. Os empresários começaram a perceber também que podem diminuir seus custos adotando práticas sustentáveis, como reduzir a conta de luz, aumentar a eficiência dos carros, diminuir o lixo que produzem. E há, é claro, a questão da produtividade: as pessoas mais felizes produzem mais.

Um discurso comum entre os chamados “ecochatos” é que as grandes empresas são “do mal”. O movimento ambientalista poderia tentar dialogar com elas?
Sim, é claro. Mas você precisa de organizações fiscalizadoras, que fiquem de fora. O Greenpeace, por exemplo, tem conseguido sucesso em vários campos. Eles usam táticas diferentes – com quem nem sempre concordo. O Greenpeace trabalha necessariamente fora das empresas; eu trabalho para elas. Mesmo assim, é uma organização que não recebe dinheiro de outras companhias ou de governos, não se envolve em política. Essa credibilidade é bastante útil.

O que você achou da premiação de Al Gore com o Prêmio Nobel e o Oscar?
Achei ótimo, merecida. Não teremos um vice-presidente assim em um bom tempo. Ele é uma pessoa fundamental nessa mudança de ânimos agora. Al Gore não trouxe nenhuma informação nova e radical para as pessoas, mas produziu um efeito catalizador muito forte. Ele pinta cenários assustadores, mas, para resolvermos os problemas, temos que nos concentrar neles. Se ignorarmos e ficarmos com medo, não vamos resolver nada.

Você já disse que o movimento ambientalista, em geral, fracassa ao tentar assustar as pessoas com o futuro da terra.
Os ecologistas não fazem só isso. Estive no Brasil dois meses atrás com o Greenpeace. Estávamos trabalhando com comunidades do Tapajós, onde a organização está ajudando as comunidades a serem auto-sustentáveis. Não estamos assustando ninguém, só dizendo que é preciso preservar a floresta Amazônica, e ajudando-os a fazer isso. É uma oportunidade, não uma ameaça.

Foi a primeira vez no Brasil?
Sim, a experiência foi incrível. Apesar de ter lidado com a natureza a minha vida toda, o encontro com a imensidão da floresta Amazônica foi algo espiritual para mim. Um momento que pude aprender muito para a minha vida.

De fora, como você avalia a atuação do Brasil na proteção do ambiente?
O mundo está observando o Brasil. A ministra [Marina Silva, ministra do Meio Ambiente] é muito respeitada por aqui. Mas o país ainda tem muitos desafios. Do ponto de vista da sustentabilidade, a pontos bons e ruins. O Brasil é uma nação que ainda está em desenvolvimento, com milhões de pessoas sem uma condição econômica básica. Ao mesmo tempo, a áreas superdesenvolvidas, mas desenvolvidas que cidades americanas.

Carl Pop, do Sierra Club [organização conservacionista americana com 600 mil membros], disse que o movimento ambiental usa soluções do século 20 para problemas do século 21. O que isso quer dizer?
É engraçado ele dizer isso, já que o Carl Pop é um dos mais importantes líderes do movimento tradicional. Mas eu concordo. O ambientalismo tradicional – do qual eu tento me distanciar – falha em alcançar uma parcela imensa da população mundial que ainda aspira a ser de classe média, a maior parte do globo. Ainda não temos resposta para as pessoas que têm o consumo como maior necessidade.

Você lida com essas questões desde os 7 anos de idade. Como inspirar pessoas jovens?
Inspirar as pessoas é ouvir quais são as suas idéias e colocá-las no centro. Muitos adultos acham que estão ajudando os jovens dizendo que eles devem pensar. Besteira. O melhor é só ouvir a molecada. Os jovens tem inspiração, o que não têm, freqüentemente, é a auto confiança.

Você é otimista quanto ao futuro do planeta?
Sim, muitíssimo otimista. Na verdade sou mais hoje que em toda a minha vida. Estou nesse trabalho a muito tempo e a agora vejo as coisas mudando. Isso tem a ver com uma nova mentalidade. Antes, pensávamos só em proteger a floresta Amazônica. Hoje, já vemos oportunidades em trabalhar nela. É um entendimento bem mais sofisticado.

"Parar de fumar ou perder peso são ótimos jeitos de lutar por um mundo mais verde"

TRABALHANDO PARA O INIMIGO:
Em seus primeiros 30 anos de vida, Adam Werbach foi só uma vez a Wal-Mart. Tinha ódio da gigante que definiu, em um livro escrito em 1997 (Act Now, Apologize Later, “Aja Agora, Desculpe-se Depois”, sem edição brasileira) como um “vírus infeccionando e destruindo a cultura americana”. A gigante mundial de supermercados é a maior companhia do mundo em faturamento: US$ 351 bilhões, mais de um terço do PIB Brasileiro, e é constantemente acusada de maltratar fornecedores, empregados e emitir 250 milhões de toneladas de gases do efeito estufa por ano. Por ironia, o Wal-Mart virou o maior cliente da Act Now, consultoria de Adam, e a bandeira para sua nova forma de trabalhar. A decisão de aceitar o trabalho não foi fácil – ele diz que ficou quase um ano pensando até topar. Foi bastante criticado por ambientalistas, dizendo que estava vendendo seu prestígio para dar uma cara melhor à empresa. Ele não deu ouvidos e começou o trabalho. O plano é simples: Adam reúne grupos de funcionários de cada uma das lojas (o Wal-Mart tem cerca de 1,3 milhão de funcionários diretos) e ajuda a desenvolver planos (voluntários) para melhorar a vida. Cerca de metade dos participantes está seguindo a sua cartilha – e 12 mil trabalhadores já pararam de fumar – iniciativa-padrão da revolução ecológica de Adam.

ADAM WERBACH:
*Mora em São Francisco (EUA) com sua mulher e duas filhas.
*Quando tinha 7 anos, checava a qualidade do ar antes de ir para os treinos de beisebol. Entrou no Greenpeace aos 13.
*Em 1995, fundou a Sierra Student Coalition, hoje com 30 mil membros. Dois anos depois virou presidente presidente do próprio Sierra Club, maior organização ambiental dos EUA.
*Foi vegetariano por 20 anos. Voltou a comer carne, coincidentemente ao trabalhar para o Wal-Mart.*Acha a cidade de Curitiba um exemplo mundial de Sustentabilidade.
Fonte: Revista Superinteressante
Digitalização: Fernanda de Souza Pimentel Teixeira

segunda-feira, 7 de janeiro de 2008

Dia Nacional das RPPN


No dia 21 de setembro de 2007, Dia da Árvore, a RPPN Rio das Lontras lançou a idéia de ser criado o "Dia Nacional da RPPN"!

O objetivo maior é que a data comemorativa possa representar todo o esforço empregado por todas as pessoas envolvidas com as Reservas Particulares na busca da preservação da biodiversidade e de um planeta mais equilibrado.

Também será uma forma de divulgação e fortalecimento institucional dessa importante e fundamental categoria de Unidade de Conservação.

Vai ser interessante também as RPPN terem uma logomarca própria, um design próprio que crie uma identificação imediata das Reservas Privadas, sejam federais, estaduais ou municipais.
A receptividade dos proprietários e profissionais ligados com a conservação ambiental foi das melhores, com várias sugestões de datas e as mais citadas foram colocadas numa enquete no nosso blog durante 101 dias. Tivemos o seguinte resultado:

(52%) No mês de Novembro (Por ser um mês com poucas datas ambientais)
(23%) 31 de janeiro (Data do primeiro Decreto das RPPN em 1990)
(9%) 8 de julho (Quando as RPPN tornaram-se Unidade de Conservação no SNUC em 2000) (9%) Entre 14 e 21 de setembro (Junto à Semana da Árvore)
(7%) 01 de junho (Junto à semana do Meio Ambiente)
(3%) Outra data